A Nvidia não incluirá mais o mercado chinês em suas previsões de receita e lucro, disse o CEO Jensen Huang em entrevista à CNN. O motivo foram as rígidas restrições dos EUA à exportação de chips para a China. “Não espero que as sanções sejam suspensas, mas se forem, seria um grande bônus”, disse ele.
Fonte da imagem: nvidia.com
As autoridades americanas continuam a restringir o acesso da China à tecnologia americana para impedir o desenvolvimento de seu potencial militar e projetos relacionados à inteligência artificial (IA). Essas medidas já afetaram os negócios da Nvidia. Em particular, devido à proibição do fornecimento de chips H20, a empresa perdeu US$ 2,5 bilhões, embora tenha desenvolvido esse chip especialmente para atender aos requisitos dos órgãos reguladores. No entanto, em abril, ficou claro que uma licença especial também é necessária para exportação.
O chefe da Nvidia criticou repetidamente as políticas atuais de Washington. Ele já havia afirmado que as restrições à exportação prejudicam mais as empresas americanas do que as chinesas, chamando-as de “um fracasso”. Huang afirmou que os objetivos das sanções não foram alcançados e sua eficácia permanece questionável.
Talvez seja por isso que os EUA estejam considerando flexibilizar as restrições a alguns tipos de chips — exceto os mais potentes, de acordo com Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca. Mas os chips de alto desempenho necessários para desenvolver IA continuam fora do alcance da China.
Curiosamente, analistas acreditam que as sanções atuais podem fortalecer a posição de empresas chinesas como a Huawei. “A proibição dos chips H20 efetivamente entrega parte dos negócios da Nvidia para a Huawei de bandeja”, escreveu Dan Ives, da empresa financeira privada Wedbush Securities.
Enquanto isso, a Nvidia continua expandindo para outras regiões. A empresa anunciou que construirá a primeira plataforma de nuvem da Europa para IA industrial, e sua nova arquitetura Blackwell será usada em projetos de IA europeus.