A pandemia e os seus confinamentos ensinaram aos fabricantes de electrónica uma lição sobre os perigos da concentração geográfica da produção numa área, e as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China estão a forçar muitas empresas a migrar para países vizinhos. Até o final deste ano, a Índia poderá se tornar o local de produção de cerca de 14% de todos os iPhones da Apple lançados.

Fonte da imagem: Apple

Essas estimativas são mencionadas pelo conhecido analista do setor Ming-Chi Kuo. Mais especificamente, ele espera que 12 a 14 por cento dos iPhones vendidos globalmente este ano tenham sido lançados na Índia. Normalmente, até 80% dos volumes de produção local foram fornecidos pela Foxconn, que possui instalações impressionantes na China. No próximo ano, segundo o especialista, a participação da unidade chinesa em Zhengzhou, que no ano passado sofreu com bloqueios e protestos em massa de trabalhadores, diminuirá na estrutura do programa de produção da Foxconn e os volumes de produção cairão 35-45%. Em Taiyuan, os volumes de produção serão reduzidos em 75–85%.

A Luxshare também está migrando a produção de produtos Apple fora da China para a Índia. Brasil e Vietnã tentam competir com a Índia nesse sentido, mas não têm muitas chances de assumir o volume de produção de smartphones da Apple. Já na Índia, a Apple, através dos seus fornecedores, produz smartphones no valor total de 7 mil milhões de dólares por ano. Nos próximos cinco anos, esse montante poderá crescer para US$ 40 bilhões. Este ano, os parceiros da Apple começaram a montar a nova geração do iPhone pela primeira vez com atraso mínimo em relação aos sites chineses. Segundo Ming-Chi Kuo, até ao final de 2024, a Apple irá mesmo transferir algumas das suas atividades relacionadas com o desenvolvimento da família iPhone 17 para a Índia, fortalecendo ainda mais os seus laços com este país. No ano passado, foram inauguradas as duas primeiras lojas da marca Apple na Índia, e o chefe da empresa, Tim Cook, participou pessoalmente da cerimônia.

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