O relatório trimestral da Qualcomm tornou-se um exemplo de situação em que as falhas do período de relatório anterior ficam em segundo plano para os investidores se eles virem sinais otimistas no futuro. A orientação do trimestre atual prevê receitas na faixa de US$ 9,1 bilhões a US$ 9,9 bilhões, acima das expectativas do mercado, e fez com que as ações da empresa subissem 3,83% nas negociações após o expediente.

Fonte da imagem: Qualcomm

A receita no último trimestre, que foi o quarto trimestre fiscal de 2023 no calendário da Qualcomm, caiu 24% ano após ano, para US$ 8,67 bilhões, um pouco acima do esperado. No final de todo o ano fiscal de 2023, a receita da Qualcomm diminuiu 19%, para US$ 35,83 bilhões, e a venda de componentes trouxe à empresa 19% menos fundos (US$ 30,4 bilhões) do que um ano antes, e no segmento de licenciamento, a receita diminuiu em 17% para US$ 5,3 bilhões

No último trimestre, a divisão de componentes da QCT gerou receita de US$ 7,4 bilhões, superando as expectativas do mercado, mas com queda de 26%, enquanto o licenciamento de tecnologia (QTL) gerou receita de US$ 1,26 bilhão, queda de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre atual, a Qualcomm espera ganhar de US$ 7,7 a US$ 8,3 bilhões com vendas de componentes, bem como de US$ 1,3 a US$ 1,5 bilhão com receitas de licenciamento.

No último trimestre, o lucro líquido da empresa diminuiu 48%, para US$ 1,49 bilhão. A fraqueza do mercado de smartphones não poderia deixar de afetar os relatórios trimestrais e anuais da Qualcomm, mas o foco no crescimento adicional dos indicadores financeiros indica que a administração da empresa está confiante de que a situação irá melhorar. O CFO da corporação, Akash Palkhivala, disse que vê os primeiros sinais de estabilização da demanda no mercado global por smartphones com suporte a redes 3G, 4G e 5G. O volume de fornecimento de processadores móveis da marca no final deste ano deverá diminuir de 5 a 9%. Isso é menos do que a empresa havia incluído anteriormente em sua previsão.

A receita de processadores móveis da Qualcomm caiu 27%, para US$ 5,46 bilhões no último trimestre, superando as expectativas dos analistas. Os componentes automotivos aumentaram a receita principal da empresa em 15%, para US$ 535 milhões, também superando as previsões. Este é um negócio em desenvolvimento bastante dinâmico, embora em escala geral a Qualcomm ainda continue a depender em grande parte do mercado de smartphones. Ao final de todo o ano fiscal, o segmento automotivo proporcionou à empresa uma receita de US$ 1,9 bilhão, 24% a mais que no ano anterior. A Internet das Coisas reduziu a receita da empresa em 31%, para US$ 1,38 bilhão no último trimestre. No final do ano, a receita das vendas de processadores móveis da Qualcomm diminuiu 22%, para 22,6 mil milhões de dólares, e no segmento da Internet das Coisas a queda foi de 19%, para 5,9 mil milhões de dólares.

Conforme observado no início deste ano, a Qualcomm continuará a fornecer modems para smartphones da Apple até 2026. Na teleconferência trimestral, os executivos da Qualcomm disseram estar orgulhosos de manter o contrato com a Apple. No atual trimestre, a empresa também espera que a receita das vendas de componentes aos fabricantes chineses de smartphones cresça 35% em relação ao trimestre anterior. Segundo o CFO da Qualcomm, a empresa está vendo uma estabilização do mercado, e parte da melhora na demanda por seus produtos se deve à normalização dos estoques dos clientes.

O CEO da Qualcomm, Cristiano Amon, comentou os rumores sobre as intenções da NVIDIA de lançar processadores para PCs com arquitetura compatível com Arm, enfatizando que o desejo deste concorrente apenas enfatiza o acerto do caminho escolhido pela Qualcomm. O lançamento de processadores desta marca para o segmento de PCs faz parte de uma estratégia para reduzir a dependência do mercado de smartphones. Os futuros PCs, segundo o responsável da empresa, passarão a utilizar mais tecnologias relacionadas à inteligência artificial. A Qualcomm está pronta para essas mudanças. Ao longo do caminho, Amon disse que não vê o retorno dos processadores Huawei (HiSilicon) ao mercado como uma ameaça ao relacionamento da Qualcomm com os fabricantes chineses de smartphones. Uma parte significativa dos smartphones da série Galaxy S24 produzidos pela Samsung, segundo a gestão da Qualcomm, será equipada com processadores da família Snapdragon.

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