Uma análise das publicações científicas nos últimos três anos mostrou que a China se tornou líder em termos de quantidade e qualidade de trabalhos científicos. E se a China há muito não tem problemas com o número de publicações simplesmente por causa da grande população do Império Celestial e das muitas instituições relevantes, então havia dúvidas sobre sua qualidade. Hoje, agências internacionais confirmam que cientistas de todo o mundo citam trabalhos chineses com mais frequência do que os de pesquisadores de outros países.
Os trabalhos de pesquisa são considerados melhores, quanto mais são citados por outros. Com base nos dados mais recentes da Clarivate, o Instituto Nacional de Políticas Científicas e Tecnológicas do Ministério da Ciência e Tecnologia do Japão descobriu que dos 1% de artigos mais citados no mundo, o primeiro lugar pertence a cientistas da China. Eles foram encaminhados em 27,2% dos casos (4.744 trabalhos). Em segundo lugar ficaram cientistas dos Estados Unidos, que citaram em 24,9% dos casos (4330 artigos), e em terceiro lugar ficou o Reino Unido – 5,5% das citações. Os números apresentados acima refletem o nível de 2019.
Surpreendentemente, o relatório foi divulgado no mesmo dia em que o presidente Joseph Biden assinou o CHIPS Investment in Science, Industry and Technology Act. Investimentos de mais de US$ 280 bilhões, parte significativa dos quais para financiar pesquisas, visam, entre outras coisas, ajudar os Estados Unidos a contornar a China em termos de potencial científico, sem o qual é impossível o domínio tecnológico no mundo com todas as consequências daí decorrentes.
«A China é um dos principais países do mundo em termos de quantidade e qualidade de artigos científicos, disse Shinichi Kuroki, vice-diretor geral do Centro de Pesquisa Ásia-Pacífico da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão. “Para se tornar um verdadeiro líder global, ele precisa continuar a conduzir pesquisas reconhecidas internacionalmente.”
Quanto ao Japão, está irremediavelmente atrasado no campo da pesquisa científica. No relatório publicado, ocupa o 10º lugar em termos de menção entre os 1% de artigos científicos mais citados no mundo, atrás até da Índia. Em termos de número de publicações, notamos que o Japão ocupa a quinta posição, o que indica um declínio geral na qualidade do trabalho científico neste país. Se estudarmos as estatísticas de menções de artigos científicos entre os 10% dos artigos científicos mais citados no mundo, o Japão passará para o 12º lugar, saltando não apenas a Índia, mas também a Coreia do Sul.
A fonte explica que o número de universidades na Índia aumentou cerca de 4,6 vezes de 243 em 2000 para 1117 em 2018, e é isso que determina o fortalecimento da sua posição. Na Índia, mais de dois milhões de pessoas recebem um diploma de bacharel em ciências a cada ano. Em contraste, a pesquisa científica do Japão desacelerou desde meados dos anos 2000 e nenhuma recuperação está à vista, levantando preocupações sobre o futuro da economia e da indústria do país.