A Greenerwave desenvolveu tecnologia de terminal de satélite de baixo custo e eficiência energética baseada em “superfícies inteligentes reconfiguráveis” (RIS) para acesso à Internet. A tecnologia utiliza inteligência artificial e reduz em 10 vezes o custo do consumo de energia dos terminais em comparação aos métodos tradicionais.

Fonte da imagem: Greenerwave

Uma rede de satélites de órbita terrestre baixa (LEO) de empresas como Starlink e Eutelsat OneWeb promete fornecer conectividade em qualquer lugar do mundo. Mas a comunicação com satélites que estão em constante movimento e a alternância rápida entre eles requer tecnologia avançada de antena para manter comunicações confiáveis.

Num esforço para perturbar o mercado da Internet via satélite, a Greenerwave propôs uma abordagem radicalmente nova para a construção de terminais terrestres, relata o IEEE Spectrum. A tecnologia que utiliza metamateriais e “superfícies inteligentes reconfiguráveis” para moldar e direcionar feixes de rádio permite a criação de antenas altamente eficientes a custos significativamente mais baixos em comparação com as antenas phased array tradicionais, que requerem o uso de componentes eletrônicos complexos e caros.

A Greenerwave construiu um terminal baseado em RIS, que consiste em muitas unidades reflexivas pequenas e ajustáveis ​​que trabalham em conjunto para alterar a direção e as propriedades do feixe à medida que ele reflete em uma superfície. Como a antena usa componentes eletrônicos muito mais simples, o CEO da empresa, Geoffroy Lerosey, diz que a tecnologia é mais econômica e eficiente em termos energéticos, especialmente para uso em aplicações de missão crítica, como veículos, incluindo aeronaves.

Fonte da imagem: Greenerwave

A abordagem baseia-se em pesquisas fundamentais sobre metamateriais realizadas por Lerosy no Instituto Langevin em Paris. Metamateriais são estruturas criadas artificialmente que exibem propriedades eletromagnéticas normalmente não encontradas em materiais naturais. Em particular, é utilizado um metamaterial bidimensional, que é uma superfície constituída por um grande número de elementos reflexivos em miniatura, cuja resistência elétrica pode ser alternada individualmente entre níveis altos e baixos. Isto permite um controle preciso da fase das ondas de rádio refletidas em cada elemento.

Lerozi enfatiza que, apesar da aparente simplicidade da implementação do hardware, são necessários algoritmos complexos para ajustar o RIS. Greenerwave usa software especial e gêmeos digitais baseados em inteligência artificial para simular o comportamento da antena e calcular parâmetros ideais.

Segundo Lerosi, sua tecnologia abre novas perspectivas para o uso da Internet via satélite. A empresa já atraiu 15 milhões de euros de investimento para desenvolver o primeiro desenho industrial do terminal e prevê lançar as primeiras vendas até ao final de 2024. Estão também em curso negociações com a grande empresa de satélites Intelsat para a criação de um terminal especializado baseado na mesma tecnologia RIS.

Curiosamente, além das comunicações por satélite, a Greenerwave vê potencial na utilização do seu desenvolvimento para redes 5G, uma vez que o baixo consumo de energia pode ser do interesse das empresas de telecomunicações. No entanto, levará algum tempo para padronizar esta tecnologia em 5G.

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