Para a empresa britânica Arm, que entrou recentemente na bolsa americana, o último relatório trimestral foi o primeiro após este acontecimento e as difíceis condições macroeconómicas não permitiram agradar aos investidores. A previsão de receitas para o trimestre em curso revelou-se pior do que o esperado: após o fecho do pregão, as ações da holding caíram quase 7%.
Ao mesmo tempo, em meados desta semana, as ações da Arm conseguiram subir de preço 6,7% em relação ao nível da colocação de setembro. Para a empresa, o trimestre concluído foi o segundo do ano fiscal de 2024, que já chegou para ela. O período terminou com a receita total crescendo 28%, para US$ 806 milhões, acima das expectativas do mercado. O lucro operacional cresceu 92%, para US$ 381 milhões, 7,1 bilhões de chips foram enviados durante o período e, no total, os licenciados da empresa produziram 272,5 bilhões de chips durante sua operação. Os contratos de licenciamento geraram receitas de US$ 388 milhões no último trimestre, o que é 106% a mais que no ano passado. Os royalties diminuíram 5% ano a ano, para US$ 418 milhões, e ficaram abaixo das expectativas dos investidores. As perdas líquidas no trimestre foram de US$ 110 milhões, mas foram impulsionadas pelos fluxos de caixa na preparação para o IPO de setembro.
Notavelmente, em sua apresentação aos investidores, Arm observou separadamente que sua receita ultrapassou pela primeira vez US$ 800 milhões. Na área de taxas de licença (royalties), nem tudo é tão ruim, já que a queda na receita foi parcialmente compensada por crescimento da participação de mercado e taxas de royalties mais altas. O mercado de smartphones tem mantido a empresa em baixa até agora, mas esta está a beneficiar do aumento da quota de mercado nos segmentos automóvel e de computação em nuvem, bem como da penetração da arquitetura Armv9 nos segmentos de smartphones e data centers. Em geral, a receita da Arm depende quase 50% do mercado de smartphones, seguido pelos segmentos de Internet das Coisas, eletrônicos de consumo, computação em nuvem e telecomunicações, e o segmento automotivo fecha a lista.
A margem de lucro operacional do ano aumentou de 31,3 para 47,3%, a margem de lucro como um todo aumentou de 96 para 96,8%. O número de chips enviados pelos clientes da Arm caiu ano a ano para 7,1 bilhões, de 7,5 bilhões, à medida que os smartphones e a Internet das Coisas superaram o crescimento na computação em nuvem e nos componentes automotivos e eletrônicos de consumo. Mas sequencialmente, o número de chips fornecidos pelos clientes da Arm aumentou 4%, refletindo a tendência de recuperação da indústria observada pelos concorrentes. No final do ano fiscal anterior, os clientes da Arm enviaram 30,6 bilhões de chips. Naquela época, em termos de valor, a empresa controlava 51% do mercado de arquitetura de processadores.
Sob o modelo de licenciamento Total Access da Arm, que fornece aos clientes acesso a uma ampla gama de propriedade intelectual da empresa por uma taxa anual fixa, o número de clientes no último trimestre cresceu de 20 para 22, sendo 17 deles parceiros da Arm por mais de 10 anos. De acordo com o modelo de licenciamento Arm Flexible Access, que oferece condições mais flexíveis e viáveis para startups, o número de clientes empresas no último trimestre cresceu de 211 para 212, com mais de quarenta deles renovando contratos existentes, e alguns celebrando outros adicionais (no total 18 peças). Segundo a gestão da Arm, o número de clientes da empresa está a aumentar mesmo em condições económicas difíceis.
Para o trimestre atual, a Arm espera receita de US$ 720 milhões a US$ 800 milhões, um pouco abaixo das expectativas dos analistas. O lucro operacional deve chegar a US$ 460 milhões. Para todo o ano fiscal, que terminará em março do próximo ano civil, a Arm espera ganhar de US$ 2,96 a US$ 3,08 bilhões, além de receber um lucro operacional de US$ 1,765 bilhão. Esses números são superiores aos previsões dos analistas, mas a fraqueza esperada no trimestre atual como um todo fez com que o preço das ações da Arm caísse quase 7% nas negociações após o expediente. O CEO Rene Haas foi forçado a dizer que o mercado de smartphones está atualmente em recessão e que a Arm não consegue se proteger das consequências.
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