O Investor Meeting Day desta semana foi planejado pela Intel para falar sobre sua estratégia de médio prazo, e o CEO Patrick Gelsinger e o novo CFO David Zinsner assumiram a missão. Como esperado, nos próximos dois anos, a Intel estará investindo ativamente no retorno de sua liderança tecnológica, de modo que o retorno financeiro das mudanças implementadas não será sentido até meados da década.
Observamos imediatamente que as declarações da administração da Intel decepcionaram um pouco os investidores, pois após o final do evento, o preço das ações da empresa caiu mais de um ponto percentual e, após o fechamento do pregão, caiu ainda mais em um valor comparável. Os representantes da Intel em seu relatório dividiram os próximos períodos de desenvolvimento de negócios em duas etapas: a “fase de investimento”, que será implementada em 2023 e 2024, bem como o “modelo de longo prazo”, que será implementado a partir de 2025 ou 2026 . Em primeiro lugar, este ano a Intel pretende aumentar os gastos de capital para US$ 27 bilhões, e isso já a aproxima da líder de mercado TSMC neste indicador.
No final deste ano, a empresa espera aumentar a receita em 1,7%, para US$ 76 bilhões, e manter a margem de lucro em 52%. Nos próximos dois anos, a taxa de retorno ficará na faixa de 51 a 53%, o que está abaixo dos valores históricos inerentes à empresa. As despesas operacionais podem atingir 28-30% da receita total, e as taxas de crescimento da receita não excederão 5-9%.
Somente em 2025, se a Intel conseguir dominar cinco novos processos técnicos até aquele momento e desenvolver sua base de produção no nível desejado, a taxa de retorno retornará à faixa de 54-58% e a receita começará a aumentar em 10- 12% ao ano. A participação das despesas operacionais em relação à receita será reduzida para 25‒27%. Isso será alcançado não apenas otimizando custos e recuperando posições de mercado perdidas, mas também pelo progresso em novos segmentos de mercado para a empresa – gráficos discretos, aceleradores de computação, automotivo e fabricação por contrato.
Analistas terceirizados, a propósito, duvidam da capacidade da Intel de atingir as taxas de crescimento de receita declaradas já no primeiro estágio de investimento. Na opinião deles, se a receita da Intel aumentar este ano, em um por cento, no próximo ano esse número não excederá 3% e somente em 2024 tem algumas chances de chegar a 8%. Esse ceticismo se reflete na dinâmica do preço das ações da Intel, como já observamos.
A empresa vai combinar várias fontes de financiamento na construção de novos empreendimentos. Serão tanto adiantamentos de clientes no caso de um contrato de negócios, quanto subsídios governamentais, que a empresa espera receber ao implementar seus projetos nos EUA e na Europa. Por fim, os fundos de investimento também estarão envolvidos na implementação de projetos de infraestrutura, como, por exemplo, a construção de novos tipos de usinas usando fontes de energia renováveis. Conforme observado anteriormente, ao construir novas instalações, a Intel erguerá edifícios um pouco antes da demanda real para agilizar a implantação de capacidade de fabricação adicional, se necessário.
Patrick Gelsinger também observou que a decisão da Intel de comprar os ativos da Tower Semiconductor por US$ 5,4 bilhões não afetará a disposição da empresa de investir na construção de empresas europeias. Informações sobre os respectivos planos devem ser divulgadas em breve.
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