A entrada no mercado dos smartphones da série Huawei Mate 60 revelou um problema que intrigou as autoridades norte-americanas: as empresas chinesas, a julgar pelo relatório de especialistas canadenses, são capazes de produzir componentes semicondutores de 7 nm mesmo sob sanções. Segundo especialistas, a SMIC levará de dois a três anos para dominar a tecnologia de 5 nm e não precisará de acesso à litografia EUV para isso.

Fonte da imagem: SMIC

Como observa o EE Times, citando especialistas entrevistados, incluindo o ex-advogado-chefe da TSMC, que ajudou esta empresa taiwanesa a vencer uma ação judicial contra a SMIC em um caso de espionagem industrial em 2009, este fabricante contratado chinês poderá começar a produzir chips de 5 nm usando o que está disponível a ele equipamento de litografia ultravioleta profunda (DUV) combinado com o uso de múltiplas fotomáscaras. Na verdade, a tecnologia de processo de 7nm foi dominada pela SMIC precisamente através da combinação destes componentes tecnológicos. Equipamento avançado EUV, cujo fornecimento à China foi proibido pelas autoridades holandesas em 2019, não era necessário para isso.

Um dos CEOs da SMIC ainda é um desenvolvedor proeminente, Ligan Mong-song, que tem vasta experiência na TSMC e Samsung, e é capaz de buscar maneiras criativas de resolver problemas técnicos que surgem ao longo do caminho da indústria chinesa de semicondutores. A sua renúncia ao conselho de administração da SMIC, há dois anos, foi ditada precisamente pela vontade de se concentrar na gestão das atividades operacionais da empresa. Deixou o quadro de funcionários da TSMC uma vez, por considerar importante manter o funcionamento da chamada lei de Moore, e não ampliar a gama de produtos, como queria a gestão da gigante taiwanesa.

Analistas entrevistados pelo EE Times acreditam que o nível de rendimento de produtos adequados dentro da tecnologia de processo de 7 nm da SMIC é significativamente superior aos 10% discutidos na imprensa, provavelmente excede 70%, e este é um indicador muito bom para um processo técnico que é arriscado por todos os padrões. De acordo com especialistas do setor, os fabricantes chineses ainda têm acesso a uma vasta gama de equipamentos, e o agravamento das sanções dos EUA começará a prejudicar a economia americana em maior medida do que a restringir o desenvolvimento tecnológico da China. Existem suficientes empresas europeias e israelitas no mercado que, na prática, não ouvem particularmente as exigências americanas no domínio do controlo das exportações, valorizando os clientes chineses. Assim, a SMIC poderá lançar a produção de chips de 5 nm se desejar e ter recursos suficientes em dois ou três anos. Ao mesmo tempo, as autoridades americanas não terão muitas ferramentas para determinar com segurança a origem dos chips chineses avançados e dos “cúmplices” dos fabricantes chineses. Recordemos que esta semana a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, resumiu os resultados provisórios da investigação ao SMIC, dizendo que as empresas chinesas não têm capacidade para produzir chips de 7 nm em grandes quantidades.

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