Cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido) construíram um manipulador robótico que se distingue pelo aumento da sensibilidade nas “pontas dos dedos”. Isso permite que a máquina leia caracteres Braille duas vezes mais rápido que um ser humano. Este desenvolvimento ajudará os robôs a segurar objetos de forma mais confiável e as próteses ganharão total tato.

Fonte da imagem: youtube.com/@cambridgeuniversity

As pontas dos dedos humanos são incrivelmente sensíveis – podemos descrever a textura de um objeto com elementos com metade da espessura de um fio de cabelo humano. Isso ajuda a calcular corretamente a força para agarrar um ovo ou, digamos, um saco pesado. À medida que os sistemas robóticos se tornam mais semelhantes às partes do corpo humano, aumenta a necessidade deles interagirem com vários objetos. Reproduzir a sensibilidade nas pontas dos dedos revelou-se incrivelmente difícil, mas cientistas da Universidade de Cambridge encontraram uma saída criando sensores táteis baseados em informações visuais e seu processamento por algoritmos de inteligência artificial.

Os pesquisadores decidiram construir um sensor sensível o suficiente para ler Braille. Além disso, ele não deve fazer isso com um caractere de cada vez, como os scanners tradicionais, mas sim movê-los, como uma pessoa faz – no caso de um sistema óptico, isso daria um efeito de desfoque. Para treinar a IA, eles usaram uma série de imagens estáticas de caracteres Braille e aplicaram a elas um efeito de desfoque criado artificialmente. Com isso, o robô conseguiu ler textos a uma velocidade de 315 palavras por minuto com precisão de 87,5%, o dobro da velocidade de leitura de uma pessoa que demonstra aproximadamente a mesma precisão. Os pesquisadores dizem que esta abordagem pode ser ampliada usando conjuntos de dados maiores para treinamento, o que melhorará o desempenho de sistemas futuros.

Na prática, isso permitirá criar membros robóticos e próteses com sensibilidade semelhante à das pontas dos dedos humanos. No futuro, os autores do projeto planejam ampliar o sistema para o tamanho de uma mão humana ou até mesmo criar uma pele tátil para um robô humanóide.

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