Um tribunal em Saskatchewan, no Canadá, decidiu que o emoji é o equivalente legal a uma assinatura – um fazendeiro local foi condenado a pagar o equivalente a US$ 61.442 por obrigações pendentes.

Fonte da imagem: Greg Bulla/unsplash.com

Um juiz canadense determinou que o emoji de “polegar para cima” conta como uma assinatura real, dizendo que o tribunal precisa se adaptar à “nova realidade” de como as pessoas se comunicam umas com as outras. Uma decisão recente do Saskatchewan Court of Queen’s Bench tratou de um processo incomum: um comprador de grãos enviou uma lista de mala direta a clientes em potencial em março de 2021 dizendo que sua empresa pretendia comprar 86 toneladas de linho a um preço de cerca de US$ 12,73 por alqueire.

O comprador Kent Mickleborough se comunicou com o agricultor Chris Achter por meio de um smartphone e enviou a ele uma captura de tela do texto do contrato de fornecimento de linho em novembro daquele ano, pedindo que ele confirmasse o acordo na mensagem.

Akhter respondeu com um emoji de “polegar para cima”, mas não despachou o linho no prazo estipulado e, a essa altura, os preços já haviam subido. A disputa se transformou em ação judicial, durante a qual o comprador argumentou que o emoji era na verdade uma confirmação dos termos do contrato. O próprio vendedor insistiu que seu emoji só poderia servir como confirmação de que ele havia recebido a mensagem e que não teve tempo de estudar o texto do contrato. Durante o processo, o advogado do vendedor se opôs ao seu interrogatório para determinar se Akhter entendeu o significado do símbolo de “polegar para cima”. O representante do réu insistiu que o fazendeiro “não é um especialista em emojis”.

O juiz Timothy Keene, que usou o dicionário online dictionary.com durante o processo com uma definição relativa ao símbolo correspondente, lamentou ironicamente que o processo obrigou as partes a realizar buscas aprofundadas pelo equivalente do chamado. a Pedra de Roseta (que se tornou a chave para decifrar a antiga escrita egípcia) para estudar precedentes de Israel, do estado de Nova York e alguns processos no Canadá para entender o que significa o emoji de “polegar para cima”. O juiz reconheceu que o emoji é uma forma nada convencional de assinar um documento, mas, neste caso, cumpriu plenamente a sua função.

Ele também rejeitou os temores da defesa de que permitir que o símbolo do polegar para cima fosse usado como assinatura abriria muitas possibilidades interpretativas para outros emojis, como apertar as mãos e socar os punhos. Na decisão final, o juiz decidiu que o tribunal não pode (e não deve) tentar impedir a disseminação da tecnologia e o uso generalizado de emojis. “Esta parece ser a nova realidade da sociedade canadense e os tribunais devem estar preparados para enfrentar os novos desafios que podem surgir em relação ao uso de emojis e variantes semelhantes”, concluiu.

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