Um juiz de um tribunal federal no Distrito Leste da Califórnia rejeitou uma ação do Comitê Nacional Republicano (RNC) contra o Google por alegações de filtragem discriminatória de spam no Gmail.

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O RNC alegou que o Google enviou intencionalmente e-mails políticos do RNC para a pasta de spam dos usuários do Gmail. Isto, segundo a RNC, levou a uma queda significativa nas doações. Em sua denúncia, o RNC citou um estudo da Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU) que descobriu que o Gmail tinha maior probabilidade de marcar e-mails de organizações republicanas como spam. No entanto, Muhammad Shahzad, um dos autores do estudo, disse que os seus resultados foram distorcidos. Ele enfatizou que o estudo testou apenas configurações de e-mail padrão.

O juiz do Tribunal Distrital dos EUA, Daniel Calabretta, descreveu a reivindicação do RNC como controversa, mas rejeitou as reivindicações do RNC. Ele apontou a falta de evidências conclusivas de que a filtragem do Google foi feita com más intenções. O Google, por sua vez, afirmou que muitos dos e-mails filtrados foram classificados como spam devido a reclamações de usuários. A empresa também citou problemas com autenticação de domínio RNC.

O juiz também enfatizou que os e-mails republicanos poderiam ser classificados como conteúdo questionável com base na Lei Anti-Spam (Lei CAN-SPAM). Esta lei foi aprovada para impedir comunicações comerciais não solicitadas, fornecendo orientações sobre como enviá-las e estabelecendo penalidades para violações. Além disso, o juiz apontou para a seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que desempenha um papel fundamental na regulamentação da Internet nos Estados Unidos.

Esta seção concede imunidade aos serviços de Internet de responsabilidade pelo conteúdo criado por seus usuários. Isso significa que se o Google classificar determinados e-mails como spam com base nas ações ou reclamações dos usuários, a empresa poderá estar protegida de responsabilidade legal por meio desta seção da lei.

É importante notar que no ano passado o Google criou um canal dedicado para correspondências políticas, que há rumores de que o RNC não tenha usado. A empresa anunciou em janeiro a intenção de encerrar o canal, ao mesmo tempo que pediu o arquivamento do processo da RNC. Anteriormente, a Comissão Eleitoral Federal rejeitou uma reclamação republicana sobre as práticas de filtragem de e-mail do Google.

Este caso coloca em foco não apenas a filtragem técnica de conteúdo, mas também questões mais profundas relacionadas à influência política e à responsabilidade das grandes empresas de tecnologia. A decisão judicial deu aos republicanos a oportunidade de fazer alterações para provar a má-fé do Google. No futuro, tais casos poderão constituir um ponto de partida para a revisão ou clarificação da legislação no domínio das comunicações digitais.

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