As técnicas de química supramolecular tornam possível criar ligações moleculares intrincadas a partir de moléculas complexas. Somente a configuração de reações para síntese é complexa e imprevisível. Porém, com sorte, é possível alcançar um resultado incrível, que, por exemplo, foi alcançado por um grupo de químicos do Reino Unido e da China, que criou a primeira molécula desse tipo para absorver efetivamente gases de efeito estufa e muito mais.

Fonte da imagem: geração AI Kandinsky 3.0/3DNews

Cientistas da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, chamaram sua molécula de “célula de células”. É uma espécie de moldura feita de molduras, cuja montagem ocorre por si só através de uma série de reações químicas sucessivas. Primeiro, moléculas que se parecem com prismas são montadas e depois esses “prismas” são montados em tetraedros. O resultado é um material profundamente poroso, cujas moléculas são capazes de formar ligações estáveis ​​com moléculas de dióxido de carbono e, em princípio, com outros compostos orgânicos voláteis.

Por exemplo, o novo material mostrou a capacidade de absorver o “cheiro” de produtos sintéticos de coisas novas, o que evitará o aparecimento de odores desagradáveis ​​​​no interior de um carro novo ou na TV. Mas, acima de tudo, os cientistas ficaram impressionados com a capacidade da molécula sintetizada de absorver hexafluoreto de enxofre (SF6). Esse gás de efeito estufa é relativamente pequeno na atmosfera, mas pode se acumular em qualquer lugar e permanecer lá por mais de 3 mil anos. Ao longo de 100 anos, por exemplo, o efeito estufa do SF6 será 23.500 vezes maior do que o das emissões de CO2.

Fonte da imagem: Síntese da Natureza

«“Esta é uma descoberta emocionante”, explicam os cientistas, “porque precisamos de novos materiais porosos que possam ajudar a resolver os maiores desafios da sociedade, como a captura e armazenamento de gases com efeito de estufa”.

É importante ressaltar que a molécula sintetizada não tem medo da umidade, o que permitirá que o novo material absorva gases de efeito estufa diretamente das emissões industriais, muitas vezes na forma de vapor d’água ou águas residuais. A substância descoberta teve um bom desempenho em laboratório, mas quando será liberada para uso comercial é uma questão separada e não totalmente compreendida, e o texto completo do artigo na revista Nature Synthesis pode ser encontrado aqui.

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