Um grupo de cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) desenvolveu um sistema baseado em algoritmos de inteligência artificial que podem interpretar sinais cerebrais de roedores em tempo real e reconstruir o que o rato vê deles. Em particular, os cientistas conseguiram reconstruir o vídeo mostrado pelos ratos usando sinais cerebrais.

Fonte da imagem: youtube.com/@epfl

Os cientistas chamaram seu algoritmo de IA de CEBRA, e ele foi treinado comparando a atividade neural e certos quadros de vídeo. Isso permitiu que ele previsse e reconstruísse posteriormente os videoclipes que o mouse está assistindo. No vídeo de demonstração, um exemplo foi um fragmento de um filme em preto e branco rodado nos anos 60, em que um homem corre até um carro e abre o porta-malas. A outra tela mostra a sequência do vídeo restaurada pelo CEBRA – as gravações são quase idênticas, embora a imagem sofra contrações periódicas na segunda.

O registro e a medição da atividade cerebral do roedor foram realizados por meio de eletrodos conectados à região do córtex visual de seu cérebro; e também com o auxílio de sondas ópticas de indivíduos geneticamente modificados, cujos neurônios eram destacados em verde quando as informações eram transmitidas. Os ratos receberam filmes para assistir e sua atividade cerebral foi registrada em tempo real, comparando os dois fluxos de dados e, assim, ensinando o CEBRA – o algoritmo aprendeu quais sinais cerebrais estavam associados a quadros específicos da fita.

O algoritmo de IA então recebeu como entrada um fluxo desconhecido de atividade cerebral de um mouse que estava assistindo a um vídeo diferente. Com base nisso, o próprio sistema Cebra conseguiu restaurar em tempo real os quadros correspondentes a esses sinais, que os cientistas combinaram em um filme à parte.

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