Há algum tempo, o The Astrophysical Journal publicou um artigo que justifica a metodologia de busca de exoplanetas habitáveis ​​semelhantes à Terra. Os desenvolvedores do projeto LIFE (Large Interferometer For Exoplanets), usando o exemplo das assinaturas espectrais da Terra na faixa do infravermelho próximo, provaram que poderiam determinar a adequação do nosso planeta para a vida a uma distância de 30 anos-luz.

Fonte da imagem: iniciativa ETH Zurich/LIFE

O observatório espacial Large Interferometer For Exoplanets ou, em russo, um grande interferômetro para exoplanetas está sendo desenvolvido por cientistas sob a orientação de especialistas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique). Serão quatro telescópios infravermelhos de aproximadamente 3 metros, espaçados entre si a uma distância de até 600 m, o que equivale a um espelho com diâmetro de até 600 m. O telescópio LIFE será baseado no ponto L2 Lagrange. – o mesmo local onde funciona atualmente o James Webb. O projeto deverá ser implementado no início dos anos 30.

Com o seu trabalho mais recente, os cientistas de Zurique provaram que a técnica subjacente ao interferómetro LIFE funcionará de forma fiável. Pelo menos com sua ajuda foram capazes de descobrir condições adequadas para a origem da vida na Terra. Isto não foi uma imitação, mas um teste ao mais alto nível – em espectros reais. Os cientistas receberam dados sobre o espectro infravermelho da Terra da sonda espacial Aqua da NASA e depois os analisaram usando filtros apropriados.

Os cientistas compreenderam que, a uma distância de dezenas ou mesmo centenas de anos-luz, os exoplanetas apareceriam aos instrumentos humanos como pontos ou, na melhor das hipóteses, como manchas borradas. Portanto, será necessário contar com indicadores médios. “Nosso objetivo é detectar compostos químicos no espectro de luz que indiquem vida em exoplanetas”, explicou Sascha P. Quanz, diretor da iniciativa LIFE.

Os investigadores limitaram especificamente os dados experimentais para se assemelharem aos espectros de exoplanetas obtidos nas profundezas do Universo. Espectros obtidos de diferentes lados da Terra – dos pólos e do equador – também foram analisados. Afinal, é improvável que saibamos sobre a orientação do exoplaneta, por isso era importante compreender como os espectros diferem de diferentes pontos de observação. Felizmente, não houve diferenças. Se o exoplaneta for adequado para vida do tipo terrestre (e não conhecemos outro), então não importa para que lado ele estará voltado em nossa direção.

Mas as mudanças sazonais, como se viu, influenciaram as leituras de uma forma bastante vaga. As observações em Janeiro e Junho não revelaram diferenças claras e foi difícil avaliar o clima e a atmosfera a partir dos dados obtidos.

A principal conclusão do estudo é encorajadora: se um telescópio espacial como o LIFE observasse o planeta Terra a uma distância de cerca de 30 anos-luz, detectaria sinais de um mundo temperado habitável. A equipe conseguiu determinar as concentrações atmosféricas de CO2, água, ozônio e metano nos espectros infravermelhos da atmosfera terrestre, bem como as condições da superfície que contribuíram para o aparecimento da água. Os sinais de ozônio e metano são especialmente importantes porque esses gases são produzidos pela biosfera terrestre.

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