O rover Curiosity da NASA foi enviado ao Planeta Vermelho há 14 anos para estudar a geologia de Marte. Sua principal tarefa era procurar sinais de corpos d’água abertos e não congelantes no antigo Marte. Para fazer isso, ele se baseia na geologia bem estudada da Terra, bem como na modelagem. Tudo somado permite fazer descobertas incríveis, fazendo uma viagem figurativa em uma máquina do tempo há bilhões de anos.
Marte pertence aos planetas terrestres. É menor que a Terra, mas poderia muito bem ser habitado. Ou talvez se torne um se a tecnologia permitir. Entretanto, os cientistas estão a tentar descobrir os seus segredos antigos: como o planeta perdeu a sua atmosfera e as águas superficiais. Independentemente da nossa opinião sobre a agenda climática, esta contribuiu muito para compreender melhor a evolução do clima de Marte e, olhando para o futuro, trará benefícios significativos para a previsão do clima da Terra. Através desta investigação, são desenvolvidos modelos climáticos e a relação entre a geologia e os ecossistemas é mais explorada.
O Curiosity já encontrou sinais de águas abertas no Planeta Vermelho, como rochas que podem ter sido arrastadas pelas correntes. Desta vez, o rover descobriu, na área da depressão rasa onde agora trabalha, duas áreas que lembravam as encostas de um costão rochoso, onde as ondas batiam por muito tempo, ou melhor, ondulações na água.
Os danos à rocha lembravam menos a erosão eólica e mais os traços característicos deixados pela água nas margens dos lagos terrestres. O padrão característico permite estimar a amplitude e o período das ondulações na água e, com base nesses dados, os cientistas podem calcular o volume e a profundidade do antigo lago.
A modelagem mostrou que o lago provavelmente não tinha mais de dois metros de profundidade. A água deixou vestígios na rocha, estimada em 3,7 bilhões de anos. A idade de duas áreas diferentes com vestígios de ondulações nas paredes é ligeiramente diferente. Com base nisso, os cientistas sugeriram que a água líquida no antigo Marte aparecia com frequência ou persistia por muito tempo. Esta descoberta foi mais uma prova de que a vida biológica poderia ter surgido no antigo Marte.