O Foxconn Technology Group de Taiwan, maior fabricante contratado da Apple, cortou os salários por hora dos trabalhadores em seu campus de tecnologia em Shenzhen, na China. Isso ocorre no contexto de medidas tomadas para transferir parte da capacidade industrial para outros países.

Fonte da imagem: SCMP

Segundo o portal SCMP, esta semana o pagamento baixou para o equivalente a R$ 2,76 ou R$ 2,90 por hora nas linhas de montagem de smartphones e componentes eletrônicos, respectivamente. Para comparação, no ano passado, o pagamento para as mesmas tarefas foi mais de 10 vezes maior – isso é evidenciado pelas estatísticas das agências de recrutamento locais. A própria Foxconn não comenta a situação.

O corte salarial ocorre em meio às tentativas da Apple de acelerar a transferência da produção de eletrônicos e componentes para fora da China. Um motivo, além do político, é o desejo de diversificar as cadeias de suprimentos depois que os surtos de COVID-19 no campus da iPhone City na província de Zhengzhou no ano passado prejudicaram a fabricação, com mais iPhones sendo fabricados aqui do que em qualquer outro lugar do mundo.

Após protestos trabalhistas no campus, a Foxconn foi forçada a aumentar significativamente os salários e oferecer bônus para trazer de volta as pessoas que deixaram a fábrica. Na terça-feira, o pagamento único de Zhengzhou para se candidatar a um emprego caiu quase três vezes em comparação com abril de 2022, de US$ 942 para US$ 362. Hoje, a fábrica de Zhengzhou emprega apenas cerca de 70.000 pessoas, menos da metade do número para o qual foi projetada.

Segundo alguns relatos, a Foxconn planeja investir $ 700 milhões na construção de novas instalações de produção na Índia, sabe-se que a empresa já assinou um contrato para produzir AirPods no país. Embora 85% dos iPhones agora sejam montados na China, a produção de smartphones da Apple na Índia aumentou 65% no ano passado, segundo a Counterpoint Research. Espera-se que até 50% de todos os iPhones sejam montados na Índia até 2027. Para comparação, de acordo com o DigiTimes Research, este ano essa participação é inferior a 5%.

Também em fevereiro, a Foxconn alugou um novo local no Vietnã por US$ 62,5 milhões até 2057 para “atender às necessidades operacionais e expandir a capacidade de produção”. Além disso, em agosto passado, a Foxconn assinou um acordo separado com um empreiteiro vietnamita para construir uma fábrica em Bac Giang, onde a empresa já fabrica AirPods e iPads.

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