Esta semana, dois grandes fabricantes de PCs, Dell Technologies e HP Inc., divulgaram seus resultados do trimestre fiscal anterior. Com as suas previsões para o trimestre atual, decepcionaram os analistas, que por isso afirmaram não haver pré-requisitos para uma rápida recuperação da procura de PCs acabados.

Fonte da imagem: HP Inc.

No último quarto trimestre fiscal, a HP Inc. enfrentou um crescimento de receita de 1,7%, para US$ 14,1 bilhões, o que sugere que o resultado superou as expectativas do mercado. Este já é o segundo trimestre deste ano em que a receita da empresa cresce ano a ano. Antes disso, vinha caindo continuamente há oito trimestres consecutivos. Receita anual da HP Inc. diminuiu 0,3% em comparação com o ano fiscal anterior.

Os computadores pessoais empresariais representaram 46% da receita do trimestre, enquanto os PCs de consumo representaram apenas 22%. As vendas de consumíveis para equipamentos de impressão renderam à empresa 21% da receita trimestral, os sistemas de impressão no setor corporativo forneceram 9% da receita total e apenas 2% no setor de consumo. No total, a empresa recebeu mais de dois terços da sua receita do segmento de PCs e os consumíveis para eles representaram pouco menos de um terço da receita.

O lucro operacional da empresa no final do trimestre atingiu US$ 1,4 bilhão, dos quais 61% foram provenientes de equipamentos de impressão e consumíveis, e os PCs formaram os 39% restantes. Aliás, a margem de lucro operacional no segmento de equipamentos de escritório (19,6%) é muito superior à do setor de produção de PCs (5,7%).

Somente os sistemas pessoais trouxeram a HP Inc. no último trimestre, receita de US$ 9,6 bilhões, 2% a mais que o resultado do mesmo período do ano passado, e em termos quantitativos, as entregas aumentaram 1%. Se no segmento comercial as remessas de PCs aumentaram 4% em relação ao ano anterior, no segmento de consumo diminuíram 3%. As receitas cresceram 5% no setor comercial e caíram 4% ano a ano no setor de consumo. Em geral, a receita no negócio de sistemas pessoais conseguiu crescer principalmente devido ao aumento da oferta no segmento comercial e ao aumento do preço médio de venda de PCs. O setor comercial forneceu 68% da receita das vendas de PCs, enquanto o setor de consumo foi responsável pelos 32% restantes. Segundo o presidente da empresa, Enrique Lores, o lançamento de uma nova versão do Windows nesta geração não estimula o crescimento da demanda por novos PCs como acontecia antes.

O segmento de equipamentos de impressão trouxe a HP Inc. com base nos resultados do último trimestre, a receita de US$ 4,5 bilhões cresceu 1% ano a ano e 2% sequencialmente. Deste montante, 65% foram provenientes de consumíveis, cujas receitas provenientes da venda aumentaram 2% face ao período homólogo. No segmento de dispositivos de impressão de documentos comerciais, a receita da empresa diminuiu 1% ano a ano, mas gerou 28% de toda a receita na área de impressão. Finalmente, as vendas de dispositivos de impressão de documentos no sector de consumo aumentaram as receitas em 3% ano após ano, mas representaram apenas 7% de todas as receitas de caixa nesta área. As entregas de dispositivos de impressão em todos os setores cresceram 10% em termos de volume no último trimestre.

A previsão de lucro específico por ação no trimestre atual de 70 a 76 centavos, como observa a Bloomberg, acabou sendo visivelmente inferior aos 86 centavos por ação da HP Inc. previstos pelos analistas. A previsão para todo o ano fiscal de 2025, que já começou no calendário da empresa, pressupõe lucros unitários de US$ 3,45 a US$ 3,75 por ação, o meio da faixa correspondendo exatamente à previsão dos analistas de US$ 3,6.

Assim, a publicação dos relatórios da HP Inc. fez com que o preço das ações da empresa caísse 8% após o fechamento do pregão. O CEO da empresa, Enrique Lores, disse em entrevista à Reuters que não só expandirá a sua gama de PCs com capacidades de IA, mas também oferecerá capacidades semelhantes no sector da impressão, e também pretende introduzir uma nova geração de dispositivos para organizar videoconferências. .

Por sua vez, a Dell notou uma boa procura pelos seus sistemas de servidores devido ao desenvolvimento da inteligência artificial, mas no segmento de PCs enfrenta elevada concorrência e incerteza dos consumidores quanto ao futuro, o que os obriga a limitar as compras. O segmento de negócios de PCs da Dell apresenta os melhores resultados no segmento corporativo, enquanto no segmento de consumo a receita é pior do que o esperado (US$ 12,13 bilhões contra US$ 12,43 bilhões). Mas o número de pedidos de soluções de servidores para IA no final dos trimestres aumentou 50% e, em termos monetários, atingiu US$ 3,6 bilhões. A receita na direção de soluções de infraestrutura como um todo aumentou 34%, para US$ 11,37 bilhões, o que foi maior. do que o esperado. A empresa forneceu diretamente servidores de IA no valor de US$ 2,9 bilhões no último trimestre, valor inferior aos US$ 3,1 bilhões que recebeu no trimestre anterior.

A Dell também decepcionou os investidores com sua orientação para o trimestre atual, estabelecendo receitas entre US$ 24 bilhões e US$ 25 bilhões, abaixo das expectativas dos analistas de US$ 25,57 bilhões. A CFO da Dell, Yvonne McGill, disse que o ciclo de atualização de PCs está mudando para o próximo ano. Assim, ela confirmou a tese do chefe da HP Inc. sobre o fraco impacto do lançamento de uma nova versão do Windows na demanda do consumidor no segmento de PCs. As ações da Dell caíram 10% com esta notícia, embora desde o início do ano tenham conseguido fortalecer o preço em 85%.

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