Uma equipe internacional de cientistas estudou as chamadas “bolhas eRosita” – formações de gás de 36.000 anos-luz de diâmetro que irrompem da parte central de nossa galáxia, a Via Láctea – e descobriram suas propriedades até então desconhecidas.
Essas bolhas, batizadas em homenagem ao telescópio de raios X eRosita que as descobriu, não são as únicas que crescem a partir do disco de nossa galáxia. Existem também “Bolhas de Fermi” descobertas usando o telescópio de raios gama de mesmo nome, mas elas, apesar de sua forma semelhante, têm metade do tamanho e são menos energéticas. Essas estruturas se estendem pelo gás que envolve nossa galáxia. Os astrônomos esperam que o estudo dessas estruturas ajude a descobrir novos mecanismos de formação estelar e explique como galáxias como a nossa se unem.
As descobertas foram feitas com base em observações feitas de 2005 a 2014. Anteriormente, pensava-se que as bolhas eram aquecidas por ondas de choque de gás ejetado da Via Láctea, mas os pesquisadores descobriram que a temperatura do gás dentro das bolhas é a mesma que a temperatura do gás fora delas. Não é a temperatura que lhes dá brilho, mas a alta densidade da substância.
Os astrônomos ainda não têm certeza de como surgiram as bolhas galácticas: uma hipótese sugere que elas foram “explodidas” como resultado da atividade do buraco negro supermassivo Sagitário A* localizado no centro da galáxia; mas a presença de alguns elementos neles indica que a causa foi uma formação estelar bastante intensa no centro da Via Láctea. Os cientistas esperam obter informações adicionais sobre as “bolhas eRosita” usando observações de novas missões espaciais.