A temporada de abertura dos relatórios trimestrais deu uma ideia de como os fornecedores de equipamentos litográficos esperam desenvolver seus negócios na China, levando em consideração as crescentes sanções dos Estados Unidos, Holanda e Japão. Pelo menos, grandes representantes dos dois primeiros países acreditam que neste ano vão aumentar ainda mais o faturamento no mercado chinês.

Fonte da imagem: ASML

A Reuters analisa os comentários de dois representantes do setor cujas atividades estão totalmente limitadas por mudanças nas regras de controle de exportação dos Estados Unidos e da Holanda adotadas desde outubro. Estamos falando das empresas Lam Research (EUA) e ASML (Holanda), que são grandes players no mercado global de equipamentos litográficos e recebem parte significativa de seu faturamento na China. Nesta fase, as restrições impostas pelas autoridades americanas e holandesas aos clientes de empresas chinesas aplicam-se principalmente a equipamentos avançados que permitem criar chips que estão em demanda na indústria de defesa.

Os clientes chineses da Lam Research e da ASML, segundo representantes da empresa, compram principalmente equipamentos usados ​​para produzir chips de acordo com processos técnicos mais maduros. Os componentes produzidos nele são utilizados em veículos elétricos, smartphones e computadores pessoais. A Lam Research estimou inicialmente o dano provável das sanções anti-China em até US$ 2,5 bilhões em receita perdida para todo o ano de 2023 no outono passado. Depois de receber esclarecimentos de autoridades americanas sobre a natureza das restrições impostas, ela revisou sua previsão para cima e acrescentou que poderia vender várias centenas de milhões de dólares americanos em equipamentos na China, que ela havia considerado erroneamente sujeitos a sanções.

A Lam Research já recebeu cerca de US$ 500 milhões em pagamentos iniciais, principalmente de novos clientes. Destes, uma “parte significativa” está relacionada à China, conforme explicam representantes da empresa.

No caso da ASML, conforme notado esta semana, a carteira de encomendas cresceu para 39 mil milhões de euros, o que seria suficiente para a empresa operar durante dois anos. Desse volume, os clientes chineses respondem por aproximadamente 30% dos pedidos. Isso é significativamente maior do que o observado em novembro, quando os clientes chineses formaram até 18% dos pedidos de um valor total de 38 bilhões de euros. De acordo com a administração da ASML, a maior parte dos clientes chineses está satisfeita com a litografia madura e pretende produzir chips para a indústria de veículos elétricos, que agora está crescendo na China e requer significativamente mais componentes do que os carros ICE.

Quando novas restrições das autoridades holandesas entrarem em vigor este ano, a ASML será forçada a interromper as entregas de equipamentos de litografia de imersão (DUV) ultravioleta profundo (DUV) para a China. Não é considerado a vanguarda da gama de produtos da marca, mas cada scanner custa dezenas de milhões de euros e é uma importante fonte de receitas para a empresa. A ASML espera implementar 93 desses sistemas este ano.

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