O Ministério de Desenvolvimento Digital da Federação Russa planeja criar um banco de dados de amostras biométricas (amostras de voz) de golpistas telefônicos para combatê-los. O chefe do departamento, Maksut Shadayev, falou sobre isso durante a conferência intersetorial “A segurança do cliente vem em primeiro lugar”, que ocorreu esta semana. Segundo o ministro, está neste momento em discussão um grande pacote de medidas de combate à fraude, estando a criação de uma base de dados biométrica incluída na lista dessas medidas.
Fonte próxima do Ministério do Desenvolvimento Digital explicou que as amostras biométricas dos atacantes só serão transferidas para o Ministério da Administração Interna se o assinante afectado redigir uma declaração sobre o crime e o operador tiver à sua disposição uma gravação da conversa com o fraudador. Neste caso, a gravação será transferida com o consentimento do assinante no âmbito das atividades de busca operacional.
Atualmente, o tráfego de voz é redigido de acordo com os requisitos da chamada “Lei Yarovaya”, observou a fonte. Ele acrescentou que se esses registros poderiam ser usados para combater a fraude seria determinado por legislação separada. Foi ainda referido que a MTS e a T-mobile implementaram uma função paga que lhes permite alertar os assinantes sobre chamadas suspeitas que são gravadas automaticamente.
O Ministério do Desenvolvimento Digital planeja dar às operadoras de telecomunicações a oportunidade de usar inteligência artificial em ligações telefônicas. Segundo Maksut Shadayev, tais tecnologias permitirão identificar tentativas de influenciar assinantes. Ele acrescentou que todas essas medidas estão previstas para serem incluídas em uma lei separada sobre segurança cibernética.
Quanto à recolha de informação biométrica (amostras de voz), assume-se que a base de dados será formada pela integração de dados dos operadores de telecomunicações que possuem informação sobre as chamadas telefónicas realizadas. Sergey Afanasyev, gerente de projeto de pesquisa jurídica e apoio jurídico do Comitê Central do NTI sobre big data com sede na Universidade Estadual de Moscou, falou sobre isso. Ele acrescentou que as vozes dos golpistas que já ligaram para as vítimas serão adicionadas ao banco de dados para posterior reconhecimento e prevenção de repetidas tentativas de fraude. Também é possível coletar dados biométricos com base em novas chamadas, para as quais está prevista a utilização de um algoritmo especial de IA.
O CEO do grupo de empresas ST IT, Anton Averyanov, acredita que tal base de dados pode ser formada com base em casos de fraude já reconhecidos, com base em dados policiais. “Por exemplo, se uma pessoa cometeu ações fraudulentas com seu cartão pessoal e enviou anteriormente sua biometria, retire-o à força do banco de dados geral para evitar futuras fraudes. O principal é garantir a segurança especial de tal base, porque seu vazamento ameaça trazer consequências negativas para todas as pessoas nela localizadas”, afirma Averyanov.
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