Graças a uma ação judicial envolvendo uma ação coletiva movida por usuários contra a Meta✴, soube-se que o Facebook✴, sua subsidiária, monitorava secretamente o tráfego dos concorrentes para analisá-lo e obter vantagem. Isto foi relatado pelo TechCrunch com referência a documentos judiciais publicados por um tribunal federal da Califórnia.

Fonte da imagem: StartupStockPhotos/Pixabay

Os documentos mostram como o Meta✴ operou contra concorrentes, incluindo Snapchat e, posteriormente, Amazon e YouTube, analisando o tráfego de rede e como seus usuários interagiam com eles. Para contornar a criptografia usada pelos aplicativos, o Facebook✴ desenvolveu uma tecnologia especial.

Um dos documentos judiciais detalha o Projeto Ghostbusters do Facebook✴, parte do programa In-App Action Panel (IAPP), que usou técnicas para interceptar e descriptografar o tráfego criptografado de aplicativos de usuários do Snapchat e, em seguida, de usuários do YouTube e Amazon.

Depois que o CEO da Meta✴, Mark Zuckerberg, desafiou seus subordinados em um e-mail datado de 9 de junho de 2016 a encontrar uma nova maneira de obter análises confiáveis ​​sobre os concorrentes devido ao seu rápido crescimento, a equipe do Onavo, um serviço adquirido pelo Facebook✴ em 2013, propôs usar módulos que podem ser instalados em dispositivos iOS e Android para interceptar o tráfego de determinados subdomínios. Isso nos permitirá “ler o que de outra forma seria tráfego criptografado para que possamos monitorar o uso do aplicativo”, de acordo com o e-mail de julho de 2016.

Essa abordagem, chamada Man in the middle (MITM, man in the middle), também é utilizada por hackers, interceptando o tráfego da Internet transmitido de um dispositivo para outro pela Internet para obter acesso aos dados do usuário. No entanto, dado que o Snapchat criptografou o tráfego entre o aplicativo e seus servidores, esse método foi ineficaz. Portanto, foi proposta a utilização do serviço Onavo, que, quando ativado, permitia a interceptação de todo o tráfego de rede do dispositivo antes de ser criptografado e enviado pela Internet.

«Agora temos a capacidade de medir atividades detalhadas no aplicativo analisando dados do Snapchat coletados de participantes motivados no programa de pesquisa Onavo”, dizia outro e-mail. De acordo com documentos judiciais, o Facebook✴ posteriormente expandiu o programa para Amazon e YouTube.

Em 2020, Sarah Grabert e Maximilian Klein entraram com uma ação coletiva contra o Facebook✴ acusando-o de mentir sobre seus esforços para coletar de forma fraudulenta dados de usuários para identificar e combater concorrentes.

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