Já agora, as redes neurais são capazes de recriar de forma plausível a voz de uma pessoa e imitar suas expressões faciais de acordo com o texto supostamente falado. Segundo os cientistas, em breve a inteligência artificial será capaz de reproduzir de forma plausível a caligrafia humana; para isso, as redes neurais precisarão apenas se familiarizar com alguns parágrafos do “material de origem”.
Uma equipe de especialistas da Universidade Mohammed bin Zayed de Inteligência Artificial dos Emirados Árabes Unidos, conforme relatado pela Bloomberg, já conseguiu criar uma rede neural especializada e testá-la na prática. Os autores ainda conseguiram patentear este desenvolvimento na jurisdição dos EUA. Até o momento, o uso desta rede neural por clientes terceiros não está implícito, e os autores do desenvolvimento já expressam preocupações sobre a capacidade de usuários inescrupulosos de utilizá-la em detrimento da sociedade.
Antes que essa ferramenta comece a se espalhar, segundo os desenvolvedores, é necessário criar mecanismos de proteção para evitar seu uso eticamente incorreto. “É como criar um antivírus para um vírus”, explicaram representantes da universidade. Tais considerações não impedem os criadores da rede neural de planearem a sua utilização comercial nos próximos meses; já estão à procura de parceiros para concretizar o potencial de acompanhamento desta tecnologia. Entre outras coisas, tal sistema poderia reconhecer texto manuscrito – por exemplo, para processar entradas em registros médicos de pacientes. Outros sistemas semelhantes poderiam ser treinados em manuscritos gerados pela rede neural. Até agora, a rede neural é capaz de reconhecer e gerar textos manuscritos em inglês e francês, mas no futuro os desenvolvedores gostariam de adicionar o árabe a eles.