A necessidade de atender às demandas do mercado obriga a Apple a procurar parceiros locais na China para introduzir sistemas de inteligência artificial no ecossistema proprietário utilizado pelos proprietários de iPhone neste país. Segundo dados não oficiais, as negociações nesta área entre a Apple e a Tencent e a ByteDance já começaram.
Devido às restrições da legislação chinesa, que exige que os criadores de sistemas de inteligência artificial obtenham permissão das autoridades para operá-los dentro do país, e proíbe o uso de serviços estrangeiros, a Apple não conseguiu oferecer aos compradores de smartphones da família iPhone 16 na China o mesmos serviços que começou a promover no trimestre corrente em vários países ocidentais, onde foi possível integrar o assistente de voz da marca Siri com o chatbot ChatGPT da OpenAI.
Na China, a Apple também terá que contar com a ajuda de parceiros, e a empresa já iniciou negociações com Tencent e ByteDance, que possuem sistemas proprietários de inteligência artificial Hunyuan e Doubao, respectivamente. A Apple também tentou negociar com a empresa chinesa Baidu, que possui o chatbot Ernie, mas potenciais parceiros encontraram dificuldades técnicas no caminho. Além disso, as empresas variaram em suas avaliações sobre a possibilidade de usar dados de usuários do iPhone para treinar os modelos de linguagem do Baidu.
A capacidade de implementar rapidamente o suporte para sistemas de inteligência artificial localizados na China é importante para a Apple, já que no segundo trimestre deste ano ela caiu pela primeira vez entre os cinco maiores fornecedores de smartphones no mercado local. A estreia da família iPhone 16 permitiu-lhe regressar aos cinco primeiros, mas as vendas de smartphones da Apple no terceiro trimestre ainda diminuíram 0,3% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas da Huawei cresceram 42%. Este último possui sistemas próprios de inteligência artificial, que são inicialmente criados levando em consideração as características do mercado chinês.