Professor do MIT suspeito pelos EUA de espionar para a China ajuda a descobrir o ‘melhor material’ para fabricação de semicondutores

Uma equipe de pesquisadores do mundialmente famoso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciou a descoberta de que o arseneto de boro cúbico tem melhores características para a produção de microchips do que o silício, chamando-o de “o melhor material semicondutor já encontrado”. Vale ressaltar que a equipe que fez a descoberta também incluía um cientista de origem chinesa, anteriormente suspeito de espionar para a China.

Fonte da imagem: Muzammil Soorma/unsplash.com

Em julho, cientistas do MIT, da Universidade de Houston e de outras instituições acadêmicas provaram que o arseneto de boro cúbico conduz calor e eletricidade melhor do que o silício, que é comumente usado na fabricação de semicondutores. De acordo com o estudo, o arseneto de boro cúbico é 10 vezes mais eficiente como condutor de calor do que o silício. Além disso, é o melhor condutor para elétrons e lacunas de elétrons – isso é especialmente importante para as características de um semicondutor. Materiais como o arseneto de boro, se encontrarem aplicações comerciais, podem mudar as “regras do jogo” na indústria.

A equipe de pesquisa incluiu Gang Chen, ex-chefe do departamento de engenharia mecânica do MIT, que esteve sob investigação por um ano por suspeitas de espionagem, após o que o Departamento de Justiça dos EUA retirou as acusações por falta de provas. Segundo a Fortune, durante a era Trump, a China Initiative do Departamento de Justiça lançou uma investigação sobre dezenas de cientistas chineses e cientistas sino-americanos, acusando-os de ligações com agências chinesas para transferir tecnologia de ponta para Pequim.

É possível que demore décadas antes do uso comercial de chips baseados em arseneto de boro – se a tecnologia for reconhecida como adequada para uso. Apesar disso, supõe-se que o material permitirá criar chips melhores, mais rápidos e mais compactos do que hoje – resultados, segundo Fotrune, os Estados Unidos podem perder devido à pressão sobre especialistas como Chen.

Fonte da imagem: Lucas Vasques/unsplash.com

Sabe-se que as autoridades prenderam Chen, nascido na China (naturalizado nos EUA em 2000) em janeiro de 2021. Ele foi, em particular, acusado de esconder vínculos com agências chinesas em pedidos de subvenção do Departamento de Energia dos EUA. A promotoria enfatizou que se tratava de lealdade à China.

A comunidade científica, incluindo cientistas do MIT, criticou a prisão e escreveu uma carta aberta afirmando, em parte, que “todos são Gan Chen”. Sob o comando do presidente Joe Biden, o Departamento de Justiça retirou todas as acusações depois que o Departamento de Energia disse que ninguém pediu a Gan Chen informações sobre laços com a China. Um mês após o encerramento do caso Chen, o Departamento de Justiça também encerrou a Iniciativa da China.

Os cientistas enfatizaram que tal “caça às bruxas” afugenta pesquisadores, em particular da China, de se mudarem para os Estados Unidos, razão pela qual os Estados Unidos não podem usar seu potencial intelectual. De acordo com um estudo, os EUA precisariam aumentar sua força de trabalho de fabricação de semicondutores em 50% para mudar o centro de fabricação de chips da Ásia para a América do Norte. Ao mesmo tempo, os talentos terão que ser recrutados no exterior, inclusive na China.

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