A ideia de rastrear o fornecimento de aceleradores de IA era tão invasiva que a Nvidia teve que declarar repetidamente que seus produtos destinados à China não possuem mecanismos de rastreamento integrados. Agora, surgiram informações de que as autoridades americanas estão equipando certos lotes de aceleradores com dispositivos de rastreamento ocultos, temendo que eles acabem na China, burlando as sanções.

Fonte da imagem: Huawei Technologies

Vale lembrar que, mesmo após os recentes relaxamentos, a AMD e a Nvidia receberam o direito de fornecer apenas uma gama limitada de seus aceleradores para a China, a saber, Instinct MI308 e H20, respectivamente, e mesmo para retomar seus fornecimentos, é necessário obter uma licença de exportação nos Estados Unidos com antecedência. Aceleradores mais produtivos dessas marcas não devem chegar à China, embora a imprensa noticie constantemente o faturamento multibilionário do mercado paralelo local e até mesmo a prisão de pessoas suspeitas de envolvimento em contrabando.

A Reuters informou hoje que as autoridades americanas estão instalando dispositivos secretos para rastrear lotes de aceleradores que podem acabar na China, burlando as proibições oficiais. Essas medidas são aplicadas seletivamente, e nem todos os lotes de aceleradores exportados dos EUA estão equipados com esses dispositivos. A iniciativa visa identificar canais de vazamento de equipamentos para a China. Essa prática é utilizada há muito tempo por agências relevantes dos EUA – era utilizada no fornecimento de produtos semicondutores para outros fins e peças de reposição para aeronaves. Tais métodos já eram utilizados em meados da década de 1980, como explica a Reuters. Como regra, para rastrear a rota das mercadorias nesses casos, é necessária uma ordem judicial, caso contrário, os resultados das medidas não podem ser reconhecidos como prova legal da culpa dos contrabandistas. Os próprios fornecedores dos equipamentos às vezes nem sequer são informados sobre a instalação dos dispositivos de rastreamento. Mas os “contrabandistas” estão cientes dos riscos correspondentes e, portanto, estudam regularmente os lotes de mercadorias recebidos para identificar esses “marcadores”.

Fornecedores de equipamentos para servidores admitiram à Reuters que estão cientes de medidas semelhantes aplicadas a remessas de produtos Dell e Super Micro para fora dos Estados Unidos. Como regra, os dispositivos de rastreamento ficam ocultos na embalagem do equipamento. As fontes não conseguiram explicar em que estágio e por quem eles são instalados. No caso de sistemas de servidores, dispositivos de rastreamento individuais chegaram a entrar no equipamento, como explicam fontes familiarizadas com a história. Alguns participantes da cadeia de suprimentos tiveram que remover esses dispositivos por conta própria, e os maiores deles eram do tamanho de um smartphone. Acredita-se que tanto representantes do Departamento de Comércio dos EUA quanto agências de inteligência americanas, como o FBI, estejam envolvidos na instalação desses “beacons”. Representantes das empresas interessadas se recusaram a comentar o assunto.

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