O assédio da gigante chinesa das telecomunicações Huawei nos países europeus leais aos Estados Unidos não se limita à exclusão de equipamentos desta marca das redes de comunicação nacionais. Esta semana, os escritórios franceses da Huawei Technologies foram invadidos em conexão com alegados abusos financeiros.
Dado que as acusações ainda não foram formuladas formalmente, os representantes das autoridades francesas optaram por explicar que a Huawei é suspeita de uma vasta gama de violações da lei local, que vão desde corrupção e “tráfico de influência” até à utilização indevida de fundos públicos. O escritório de representação da Huawei em França, localizado nos subúrbios de Paris, confirmou à Bloomberg que as buscas foram realizadas na última terça-feira. A empresa está empenhada em cooperar com a investigação. Ela dirige o seu negócio em França há mais de 20 anos e até agora aderiu ao princípio do estrito cumprimento das leis.
A Huawei tem centros de investigação neste país e, perto de Estrasburgo, a empresa está a construir a sua primeira fábrica de produção fora da China. Deverá abrir até ao final do próximo ano e começar a produzir equipamentos de telecomunicações para o mercado europeu. A expectativa é que o empreendimento gere empregos para cerca de 500 pessoas.
A França não ficou alheia ao processo de retirada dos equipamentos Huawei das suas redes de dados. Se em 2019 a receita da empresa no mercado local atingiu 1,4 mil milhões de euros, no final de 2022 diminuiu para 992 milhões de euros. Em dezembro, os representantes da Huawei observaram que a empresa continua a cooperar com operadores de telecomunicações individuais em França no desenvolvimento das suas redes de comunicações de quinta geração (5G).
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