Fundada em 2021, a Science anunciou seu primeiro produto que eventualmente começará a restaurar a visão de pacientes com uma série de doenças oculares fatais. Uma unidade eletrônica com tela de microLED desenvolvida pela empresa será embutida diretamente no globo ocular, o que permitirá que os pacientes cegos recuperem a visão, a princípio parcialmente, e no futuro de forma cada vez mais completa.

Fonte da imagem: Science

Existem muitas razões para a perda da visão. A solução da ciência facilitará a vida de pacientes com doenças como retinite pigmentosa (RP) e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Em ambos os casos, a visão é perdida devido à degradação dos fotorreceptores nos olhos das pessoas, embora as terminações nervosas e os nervos ópticos permaneçam em perfeita ordem. O implante Science Eye é capaz de excitar essas terminações nervosas – as chamadas células ganglionares – e transmitir sinais altamente simplificados, mas visuais, ao cérebro.

Existem aproximadamente 100 milhões de células fotorreceptoras em cada olho humano. As terminações nervosas que transmitem toda essa gama de informações são de apenas 1 milhão por olho. Não é difícil entender o quanto as informações nervosas transmitidas ao cérebro serão simplificadas, com base na excitação de apenas um milhão de terminações nervosas. Mas com certeza será melhor do que a cegueira total e, no futuro, os cientistas aprenderão a transmitir dados visuais de maneira mais completa.

O implante criado na Science é uma unidade eletrônica com um processador e uma fonte de alimentação que é implantada sob a pálpebra, na superfície superior do globo ocular, e uma tela de microLED que entra no olho e é instalada oposta às terminações nervosas de sua retina. E essa foi a parte fácil. A operação levará cerca de duas horas e pode ser reduzida para uma hora após o desenvolvimento da tecnologia.

Implante com tela de 2 mm

O obstáculo mais difícil, ou melhor, o mais intransponível será dotar as terminações nervosas do olho de sensibilidade à luz. Isso pode ser feito com terapia genética. Os cientistas trabalham há muito tempo com proteínas fluorescentes que podem brilhar e receber fótons. Para que o Science Eye funcione, será necessário introduzir genes estranhos aos humanos nas terminações nervosas do nervo óptico. Não é difícil imaginar que essa necessidade cause uma discussão acalorada tanto na comunidade científica quanto entre as pessoas comuns.

A empresa adverte que a visão obtida com o Science Eye e a terapia genética não será a mesma que normalmente percebemos. No entanto, esta é uma chance real de devolver a capacidade de navegar de forma independente e melhor no espaço para uma pessoa que perdeu a visão. No entanto, antes disso, anos de trabalho para melhorar a tecnologia passarão. Hoje está sendo testado em coelhos e ainda falta muito para trabalhar com humanos.

Óculos para garantir o trabalho do implante

Acrescentamos que a Science foi criada por um ex-colega de Elon Musk – Max Hodak. Até 2021, ele chefiou a empresa Neuralink de Musk, que está desenvolvendo um implante cerebral. Na primavera de 2021, ele deixou a Neuralink e criou sua startup Science, que arrecadou cerca de US$ 160 milhões em financiamento até o momento. O implante Science Eye foi nomeado o principal produto da Science. Será interessante ver o que mais há em seu portfólio de desenvolvimento.

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