Resultados práticos imediatos raramente são esperados da grande ciência, mas há exceções. Um exemplo recente foi o uso de um sensor para registrar colisões de partículas no LHC para mapear o tecido cerebral ao trabalhar com tumores. O sensor ajuda a determinar os contornos do tumor e permite destruí-lo com o mínimo de danos ao paciente.

Fonte da imagem: CERN

Sob condições normais de irradiação por feixe de elétrons de um tumor, um mapa de tecido é criado usando tomografia computadorizada pré-operatória. No momento da cirurgia, o tecido pode ter se movido e o tratamento do tumor pode não ser preciso. A destruição de tecido cerebral saudável por um feixe de elétrons não levará a nada de bom. O paciente pode perder fragmentos de memória, elementos de habilidades sensoriais e motoras.

Para detectar com clareza as bordas do tecido maligno, a empresa tcheca ADVACAM utilizou o sensor Timepix da Medipix Collaborations, criado para experimentos com partículas elementares. O sensor detecta radiação secundária na forma de espalhamento de feixe de elétrons em tecidos vivos e tumores. Se a imagem mudar – tecido saudável entra no campo de ação do feixe – o trabalho do feixe sobre o tumor é interrompido. Agora é só interromper o procedimento para uma nova tomografia.

Futuramente, os desenvolvedores prometem criar uma instalação para controle automático do projetor durante a cirurgia, o que simplificará e agilizará o procedimento de remoção do tumor, além de reduzir o risco de danos ao tecido saudável. O dispositivo criado para tarefas do CERN trará benefícios praticamente imediatos que nem eram esperados durante o seu desenvolvimento.

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