Os primeiros ensaios clínicos de um implante de retina em combinação com um conjunto de dispositivos vestíveis para restaurar a acuidade visual em pessoas foram concluídos na Europa. Todos os pacientes participantes do projeto recuperaram a acuidade visual anteriormente perdida, recuperando a capacidade de ler, resolver palavras cruzadas e jogar jogos de tabuleiro. Mais alguns anos se passarão e a capacidade de restaurar a clareza da visão se tornará uma prática médica comum.
A pesquisa está sendo desenvolvida pela empresa americana Science Corp. O desenvolvimento original foi criado com base em pesquisas de cientistas da Universidade de Stanford e continuado pela empresa Pixium Vision criada para esse fim. Posteriormente, foi adquirida pela Science Corp. A plataforma PRIMA é um implante fotoelétrico sem fio e totalmente autônomo, implantado cirurgicamente sob a retina do olho doente, óculos com câmera e sistema de projeção, além de unidade computacional de bolso para processamento e ampliação de imagens da câmera.
O conjunto de soluções PRIMA visa tratar a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que afeta 8 milhões de pessoas em todo o mundo. Durante uma doença irreversível chamada atrofia geográfica (considerada uma forma avançada de DMRI), o paciente perde a acuidade visual – capacidade de distinguir pequenos detalhes, o que reduz drasticamente a qualidade de vida. O implante restaura a acuidade visual perdida, conforme comprovado pelos ensaios clínicos PRIMAvera envolvendo 38 pacientes.
«As descobertas representam um marco importante no tratamento da perda grave de visão causada por atrofia geográfica devido à degeneração macular relacionada à idade. Esta é a primeira vez que a visão central da retina, que foi prejudicada pela degeneração macular relacionada à idade, foi restaurada”, disse o professor Frank Holz, MD, coordenador científico do estudo PRIMAvera. “Antes disso, não havia opções reais de tratamento para melhorar a visão desses pacientes”.
A acuidade visual de todos os participantes foi medida aos 6 e 12 meses após a implantação utilizando a escala oftálmica LogMAR, e os resultados demonstraram melhoria clinicamente significativa. O sucesso foi determinado pela capacidade de reconhecer 10 letras (2 linhas) da tabela. Alguns pacientes começaram a ver 23 letras (4,6 linhas), e a maior melhora foi o reconhecimento de 59 letras (11,8 linhas). Contudo, a implantação não piorou a acuidade visual quando o sistema foi desligado, indicando um bom perfil de segurança.
Foram realizados ensaios clínicos do PRIMAvera (em italiano – “primavera”) para certificar o complexo no mercado europeu. Os cientistas estão confiantes de que dentro de alguns anos muitas pessoas terão a oportunidade de recuperar a acuidade visual.
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