As tecnologias modernas não permitem a leitura remota de alta precisão da atividade cerebral humana. A forma mais eficaz ainda é a instalação de eletrodos no couro cabeludo ou implantação diretamente no cérebro. Talvez um novo sensor de atividade cerebral chinês, que é instalado de maneira muito simples no canal auditivo do paciente, possa ajudar nisso.

Fonte da imagem: Nature Communications (2023)

Desenvolvido por um grupo de cientistas da Universidade Chinesa de Tsinghua, o dispositivo se chama SpiralE. Esta é uma tira multicamada fina de 50 mm de comprimento e 3 mm de largura. A tira consiste em duas camadas de polímero com memória de forma, uma camada de ativação eletrotérmica de forma e uma camada com sensores para a obtenção de um eletroencefalograma.

Para entrar no canal auditivo do paciente, o sensor é torcido em um torniquete apertado. Já posicionado, o sensor é exposto a um campo eletromagnético, que causa aquecimento em sua camada de ativação e, como consequência, endireita as camadas de polímeros com memória de forma. Esse processo faz com que o transdutor fique firmemente em contato com a pele, garantindo a captação precisa dos sinais da atividade cerebral. Ao mesmo tempo, cada vez que o sensor assume a forma individual do canal auditivo, o que o torna universal. Finalmente, não obstrui o canal auditivo e não dessensibiliza a audição de uma pessoa, sendo facilmente removido.

Testes de laboratório mostraram que o sensor é confortável para uso prolongado e detecta a atividade cerebral com precisão de até 95%. Os cientistas esperam que esse sensor encontre aplicação no estudo da qualidade do sono dos pacientes (dormir com sensores modernos montados na cabeça ainda é um prazer), na detecção de epilepsia e até mesmo no rastreamento da atividade dos motoristas, que eles descreveram em seu artigo na revista Nature Communications.

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