Promotores franceses abriram um processo criminal contra a plataforma social X, de propriedade do bilionário americano Elon Musk, sob acusações de manipulação de algoritmos para fins de “interferência estrangeira”, informou o Politico.
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A juíza Laure Beccuau afirmou na sexta-feira que o Ministério Público abriu uma investigação criminal na quarta-feira sobre possíveis violações da lei francesa por X. A juíza afirmou que o processo criminal ocorreu após uma investigação iniciada em janeiro e baseada em denúncias de um parlamentar e de um alto funcionário público não identificado. De acordo com um comunicado do Ministério Público, X é acusado de “interferência em um sistema automatizado de processamento de dados por um grupo organizado” e “extração fraudulenta de dados de um sistema automatizado de processamento de dados por um grupo organizado”, segundo o documento, citado pela PCMag.
Como observou o Politico, a investigação criminal ocorre em meio a crescentes críticas à plataforma X por parte de reguladores franceses e da UE. Na quinta-feira, dois legisladores franceses — Thierry Sother, membro da Assembleia Nacional Francesa, e Pierre Jouvet, membro do Parlamento Europeu — solicitaram à agência reguladora digital francesa, Arcom, que investigasse postagens antissemitas e racistas do chatbot de IA Grok. “O comportamento do Grok mudou significativamente desde a atualização de 4 de julho, e agora ele permite declarações antissemitas, elogia Hitler e até apoia Le Pen”, disse Sother ao jornal francês Libération.
Muitos políticos franceses apoiaram a decisão do promotor. O deputado francês Eric Bothorel expressou preocupação com o uso de dados pessoais pela X, seu algoritmo tendencioso e a redução da diversidade em suas publicações. Ele também condenou o envolvimento pessoal de Musk na plataforma, que ele chamou de “um perigo real e uma ameaça às nossas democracias” em uma publicação recente.