No mês passado, a empresa taiwanesa Foxconn, com a ajuda de uma missão SpaceX, lançou em órbita seus dois primeiros satélites experimentais de comunicações, criados e preparados para lançamento com a ajuda da Universidade Central Nacional de Taiwan e de especialistas da Exolaunch. Os satélites fizeram contato com sucesso e a empresa pretende continuar testando-os até o final do próximo ano, para então iniciar a expansão do core business.
Nesta fase, a Foxconn, como explica a Nikkei Asian Review, forneceu aos fabricantes de satélites apenas componentes selecionados, como câmeras digitais e loops de fiação, mas no futuro vai desenvolver suas próprias competências nesta área, tornando-se um fabricante contratado de comunicação satélites. De acordo com analistas do Morgan Stanley, o volume de negócios deste mercado até 2040 aumentará 2,6 vezes em relação ao nível do ano passado, para 1 bilião de dólares. A empresa planeia utilizar satélites de órbita baixa para comunicar com uma frota de veículos “inteligentes”, que também começou a produzir por contrato.
Segundo analistas taiwaneses, até 2030 a constelação de satélites de órbita baixa será composta por 17.350 dispositivos, o que é 2,3 vezes mais que o número atual. Segundo representantes da Foxconn, a indústria de satélites acabará por migrar para a integração vertical, como aconteceu com os fabricantes de smartphones. A empresa, que tem experiência neste último ramo de atividade, espera repetir o sucesso num novo ramo.
A Foxconn celebrará seu 50º aniversário no próximo ano. A montagem do iPhone ainda representa a maior parte da receita, atingindo cerca de US$ 200 bilhões por ano, mas a margem de lucro líquido não excede 1-2% desse valor. O mercado de smartphones não está mais crescendo, por isso a Foxconn está em busca de novas áreas de atuação. No esforço para dominar a produção de dispositivos de satélite, a empresa enfrenta uma escassez de pessoal qualificado, uma vez que os cientistas taiwaneses estão principalmente focados na investigação fundamental nesta área e quase não estão envolvidos na formação prática de especialistas.