O extenso histórico de investimentos do CEO da Intel, Lip-Bu Tan, em empresas chinesas alertou o presidente dos EUA, Donald Trump, que, com sua franqueza e impulsividade características, exigiu a renúncia de Tan. Os problemas de Tan são agravados por um confronto crescente com membros do conselho da Intel.




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O Wall Street Journal noticiou isso no dia anterior. O conselho de administração da empresa e o novo CEO inicialmente discordaram sobre áreas-chave da estratégia de desenvolvimento de negócios da Intel. Em particular, Tan expressou discordância com o conselho de administração sobre a questão da reestruturação da Intel com o objetivo de abandonar a produção de chips em geral. As tentativas do novo líder da Intel de absorver a empresa no segmento de inteligência artificial e atrair novo capital também encontraram resistência por parte do conselho de administração.
Representantes da Intel disseram ao The Wall Street Journal que Lip-Bu Tan e o conselho de administração compartilham uma visão comum para a estratégia de desenvolvimento da empresa. Todas as questões importantes nessa área são discutidas regularmente. No entanto, segundo rumores, o presidente Frank Yeary e Lip-Bu Tan têm discordado sobre a conveniência de manter a divisão de chips na empresa desde as primeiras semanas de seu mandato.
Foi o presidente do conselho de administração que defendeu um plano de reestruturação que envolvia a cisão da unidade de manufatura da Intel em uma empresa separada, com a entrada de investidores externos para repor o capital. Esses investidores poderiam ter sido a Nvidia ou a Amazon, e até se falou em vender os ativos da Intel para a taiwanesa TSMC, mas isso acabou não se concretizando.
Tan, no entanto, insistiu na importância da área de manufatura da Intel não apenas do ponto de vista comercial, mas também político. Ele pretendia levantar capital adicional para financiar as iniciativas de manufatura da Intel. Os acordos deveriam ser anunciados já no final de julho, mas o presidente da empresa insistiu que não havia pressa e sugeriu esperar até o ano que vem.
A ideia de Tan de comprar uma determinada empresa na área de inteligência artificial também não obteve apoio do conselho administrativo da Intel. Enquanto o negócio era preparado em meio a constantes controvérsias, outro comprador foi encontrado para os ativos principais.
A atitude do atual governo americano em relação ao atual chefe da Intel não é tão clara quanto se poderia pensar, com base nas declarações recentes de Donald Trump. Em abril, Tang e o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, teriam se encontrado para discutir planos de reestruturação da empresa, e recentemente tiveram uma conversa por telefone. As autoridades americanas expressaram sua disposição em apoiar a Intel caso ela encontre grandes clientes como a Apple. Uma nova reunião entre os dois participantes dessa conversa poderá ocorrer ainda este mês.
Outra complicação política para a Intel sob sua atual liderança é que o ex-CEO Patrick Gelsinger buscou o apoio do vice-presidente americano Vance antes de sua renúncia no ano passado, enquanto Lip-Bu Tan não tem conexões com esse tipo de pessoa. Além disso, a saída de Tan do conselho da Intel sob o comando de Gelsinger foi provocada por um conflito com colegas, de modo que as contradições vêm se acumulando há muito tempo.
