A indústria americana de semicondutores enfrenta uma escassez de competências, mesmo durante a fase de construção. Os especialistas da McKinsey descobriram que os funcionários existentes nas empresas de semicondutores dos EUA têm mais de metade das probabilidades de mudar de emprego nos próximos três a seis meses.

Fonte da imagem: Micron Technology

Esses dados, conforme divulgado pela Bloomberg, foram obtidos por representantes da agência McKinsey como resultado de uma pesquisa sociológica com funcionários de empresas americanas da indústria de semicondutores. No ano passado, a percentagem de pessoas que pretendiam mudar de emprego nos próximos três a seis meses ultrapassou os 50%, enquanto em 2021 não ultrapassou os 40%. Os entrevistados citaram a falta de crescimento na carreira como a razão mais comum para esta atitude, seguida pela falta de flexibilidade na organização do trabalho.

A construção das instalações da TSMC no Arizona já expôs um dos desafios que a indústria de semicondutores do país enfrenta enquanto tenta se reanimar. Não há trabalhadores qualificados suficientes, mesmo ao nível da construção, e a construção de tais instalações requer competências especiais. Considerando que as indústrias conexas nos Estados Unidos estão a registar um boom de novas construções, a concorrência por trabalhadores qualificados na construção só se intensificará.

O envelhecimento da força de trabalho existente também é um desafio para a indústria de semicondutores dos EUA. Cerca de um terço dos especialistas já atingiu a idade de 55 anos. Ao mesmo tempo, os funcionários começam a dar sinais de insatisfação com as condições de trabalho. De acordo com algumas previsões, até 2030 a escassez de mão de obra na indústria de semicondutores dos EUA será medida em 70.000 cargos. Haverá demanda tanto por construtores especializados, quanto por engenheiros e técnicos envolvidos tanto no comissionamento quanto no funcionamento operacional dos equipamentos das empresas produtoras de chips.

Atualmente, os programas de formação nos Estados Unidos estão concebidos para formar 12.000 engenheiros e 31.500 técnicos até 2029. Considerando que apenas uma empresa avançada requer 1.350 engenheiros e 1.200 técnicos, a perspectiva de escassez de pessoal torna-se óbvia. As autoridades dos EUA e as empresas locais devem abordar a resolução deste problema de forma mais responsável, segundo especialistas da McKinsey.

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