Em meio a anos de aumento das sanções dos EUA, a empresa chinesa Huawei Technologies tradicionalmente depende da SMIC para a produção de chips, que também sofreu restrições das autoridades dos EUA. Segundo fontes bem informadas, a Huawei tentará reduzir a sua dependência de equipamentos importados, desenvolvendo os seus próprios num novo centro de investigação em Xangai.

Fonte da imagem: Huawei Technologies

De acordo com o Nikkei Asian Review, o gigante chinês pretende gastar 1,66 mil milhões de dólares para construir um novo centro de investigação no pitoresco distrito de Qingpu, nesta metrópole chinesa. A construção começará este ano e o vasto local deverá acomodar até 35 mil funcionários. Serão utilizados comboios eléctricos para circular pelo campus, conforme esclarece a fonte.

Idealmente, a Huawei gostaria de desenvolver equipamentos de fabricação de chips que reduzissem a sua dependência de fornecedores estrangeiros, como a ASML da Holanda e a Canon e a Nikon do Japão. Agora a parceira da Huawei, SMIC, é capaz de produzir processadores de 7nm para ela, mas dados de uma investigação americana afirmam que o equipamento adequado para isso foi adquirido por um fabricante contratado chinês antes mesmo da imposição de sanções, e não poderá funcionar indefinidamente sob restrições de exportação dos EUA. Portanto, a Huawei precisa se preocupar em desenvolver seus próprios equipamentos de litografia, que, se necessário, poderão ser transferidos para a SMIC e outros contratantes.

A iniciativa da Huawei está sendo implementada com a energia característica da gigante chinesa. Especialistas com experiência em cooperação com os principais fabricantes ocidentais de chips e equipamentos são recrutados para trabalhar na Huawei com salários que são o dobro da média do setor. A empresa ainda tem a oportunidade de contratar especialistas com mais de 15 anos de experiência trabalhando com Intel, TSMC e ASML. O problema é, como explicou um dos candidatos, que um contrato de três anos com a Huawei nesta área implica trabalho quase 24 horas por dia, 7 dias por semana, e poucos especialistas conseguem manter esse ritmo no final do mandato.

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