As ações da Intel subiram 3,4% após a notícia de sua possível aquisição pela Qualcomm, o que poderá se tornar o maior negócio da história da indústria de semicondutores. No entanto, apesar dos ganhos de curto prazo, as ações da Intel permanecem em queda de 56% no acumulado do ano. Isto demonstra os sérios desafios que a empresa continua a enfrentar, incluindo a perda de liderança tecnológica e a queda nas vendas.
A Intel está passando por momentos difíceis. A empresa enfrentou queda nas vendas e perdas crescentes, agravadas pela perda de vantagem tecnológica. A capitalização de mercado da Intel caiu para US$ 93,5 bilhões, o que representa cerca de metade do valor da Qualcomm. Numa tentativa de remediar a situação, a Intel anunciou uma série de mudanças estratégicas, incluindo um acordo multibilionário com a Amazon para desenvolver um chip de IA e um plano para transformar a sua divisão de fabrico de chips por contrato numa subsidiária separada.
A Qualcomm é líder mundial no desenvolvimento de processadores para smartphones. A empresa busca ativamente expandir sua presença em outros segmentos de mercado, incluindo chips para computadores pessoais (PCs), domínio tradicional da Intel. Ao contrário da Intel, a Qualcomm não possui instalações de fabricação próprias, contando com a terceirização da produção para parceiros como a TSMC, que também fabrica chips para as rivais da Intel, Nvidia e AMD.
Uma potencial aquisição da Intel poderia dar à Qualcomm acesso à capacidade de produção dos EUA e ao controle de uma marca líder nos mercados de PCs e servidores. No entanto, os especialistas acreditam que tal acordo não resolveria automaticamente os problemas da Intel porque a Qualcomm carece de experiência em gestão de produção e conhecimento na ciência por trás das tecnologias de produção avançadas, onde a TSMC se destaca.
A reação do mercado às notícias foi mista. As ações da Qualcomm caíram 2,9%, refletindo as preocupações dos investidores sobre os riscos e complexidades associados a um potencial negócio deste porte. Esta situação lembra os acontecimentos de há mais de seis anos, quando a própria Qualcomm se tornou alvo de uma tentativa de aquisição por parte da Broadcom. O acordo foi então bloqueado pelo presidente Donald Trump devido a preocupações de segurança nacional.