A família de processadores móveis AMD Ryzen 7000 apresentou em janeiro modelos equipados com módulos de hardware de aceleração de inteligência artificial, apelidados de XDNA. A empresa considera razoável espalhar esses blocos pela linha de processadores Ryzen, mas não tem pressa em fazê-lo no segmento de desktops e também enfatiza a importância da evolução síncrona do software.
A PCWorld conseguiu discutir as perspectivas de desenvolvimento dessas tecnologias com o vice-presidente corporativo da AMD, David McAfee, que lidera os negócios de varejo da empresa na área de clientes. A AMD introduzirá blocos especiais de Unidade de Processamento de Inferência (IPU) em seus processadores centrais, que processarão cargas de trabalho específicas associadas à inteligência artificial. Isso será feito com alta eficiência energética, o que acabará por permitir sentir mais benefícios no segmento móvel, já que nos mesmos laptops é preciso economizar bateria.
Até certo ponto, a IPU deve se parecer com a unidade de CPU responsável pela decodificação de vídeo, pois as cargas de trabalho relacionadas à IA se tornarão streaming permanente no futuro, de acordo com um representante da AMD. Assim como a arquitetura gráfica RDNA, os blocos XDNA AI também evoluirão e mudarão gerações. No setor, diz a McAfee, ainda há um problema com a falta de uma medida de desempenho de sistemas geralmente aceita no campo da IA, o que dificulta a escolha das plataformas apropriadas para esse critério pelos consumidores.
A AMD está considerando estender os aceleradores de IA para outros modelos de processadores Ryzen, mas por enquanto o foco está principalmente em soluções móveis. Os desktops, de acordo com o vice-presidente corporativo da AMD, têm um desempenho geral suficientemente alto para justificar economicamente a introdução de um bloco especializado. O benefício prático de, digamos, ensinar o Ryzen Threadripper a acelerar as operações com inteligência artificial não será muito. A menos que seja interessante do ponto de vista da demonstração, mas não mais.
A localização da computação relacionada à IA será demandada pelas empresas no futuro, de acordo com um representante da AMD. Agora, todas essas operações são realizadas predominantemente na nuvem, mas nem todas as empresas e organizações estão prontas para confiar em sistemas de servidores de terceiros com informações confidenciais e, nesse sentido, o surgimento de processadores capazes de processar esses dados localmente com alta eficiência deve resolver o problema. É verdade que o software deve evoluir em sincronia com o hardware para que os desenvolvedores deste último possam demonstrar a eficácia de seus componentes. Os próximos três anos serão decisivos nesse sentido, acrescentou McAfee.