A missão ADRAS-J da empresa japonesa Astroscale foi concluída com sucesso. Um satélite anteriormente lançado ao espaço em órbita baixa aproximou-se do antigo estágio para inspecionar sua integridade. O satélite fez três sobrevoos próximos ao palco, o que parece ser o cúmulo da dificuldade para objetos com velocidades cósmicas e recursos de combustível limitados. Os dados obtidos permitirão desenvolver um esquema confiável para retirada do estágio de órbita, marcando o início da retirada do lixo espacial.
O satélite ADRAS-J pesando 150 kg e com 12 motores de manobra foi lançado ao espaço em fevereiro de 2024. Em abril, ele se aproximou de seu objetivo – o estágio superior de 11 metros do foguete japonês H-IIA nº 15, enviado ao espaço em 2009. Desde então, esse fragmento de foguete tornou-se lixo espacial, cujo acúmulo em órbita é melhor evitado, por exemplo, por remoção controlada da órbita ou transporte mais alto para a chamada órbita de descarte.
O experimento ADRAS-J deveria iniciar o processo de remoção controlada de grandes pedaços de detritos da órbita. Na fase de sua implantação, o satélite inspetor teve que examinar o fragmento de perto e deixar os engenheiros entenderem a melhor forma de recolhê-lo para outro satélite – o de serviço, que realizaria a manobra de desorbitação.
Em abril, um satélite inspetor aproximou-se do fragmento do foguete a uma distância de várias centenas de metros. Em meados de julho, a aproximação foi reduzida para 50 metros, o que se tornou um recorde de manobrabilidade. Depois disso, o satélite fez três voos do palco a uma distância de apenas 50 metros, um dos quais foi acompanhado por uma “anomalia” e obrigou o aparelho a se afastar do palco para uma distância segura. Após calibrar o equipamento, o sobrevôo continuou, permitindo à equipe da missão obter imagens de alta qualidade do palco de todos os lados.
A inspeção confirmou que o adaptador de carga útil no estágio superior estava em boas condições. O satélite rebocador será capaz de agarrá-lo com um braço robótico e tirar o palco da órbita. Isso acontecerá mais tarde, antes do final desta década, quando a Astroscale fabricará e lançará o dispositivo correspondente durante uma nova missão. Até hoje, pode-se supor que as manobras de encontro e sobrevôo próximo de satélites só estavam disponíveis para veículos de uso militar, rumores sobre os quais surgem periodicamente. Agora, tecnologias semelhantes estão disponíveis para veículos comerciais e este é definitivamente um novo passo na astronáutica.
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