Um juiz federal rejeitou uma ação movida por acionistas da Intel que acusavam a empresa de fraude. Os autores alegaram que a Intel ocultou problemas com a fabricação sob contrato de chips para clientes terceirizados, causando uma queda de US$ 32 bilhões no valor de mercado da empresa. Os autores também alegaram que a Intel demorou demais para divulgar um prejuízo operacional de US$ 7 bilhões referente ao ano fiscal de 2023 e inflou artificialmente o preço de suas ações entre 25 de janeiro e 1º de agosto de 2024.

Em 2021, a Intel criou uma unidade separada para terceirizar a fabricação de chips para clientes como Amazon e Qualcomm, continuando a fabricar chips para uso interno. Mas, em 2 de agosto de 2024, a fabricante de chips anunciou que demitiria mais de 15.000 funcionários e suspenderia seus dividendos na esperança de economizar US$ 10 bilhões em 2025, o que fez com que as ações da empresa caíssem 26% e marcasse a maior queda na capitalização de mercado da Intel desde 1982.
Dizendo que “compreende a frustração dos demandantes”, a juíza distrital de São Francisco, Trina Thompson, decidiu na quarta-feira que a Intel deixou claro com antecedência que seus resultados de semicondutores seriam “ocultos” até 2024, o que significa que suas demonstrações financeiras anteriores não eram falsas ou enganosas.
O juiz também citou uma “consideração política geral” de que, como a Intel operou com base em “tentativa e erro” na fabricação de chips sob contrato, a empresa poderia enfrentar riscos ao apresentar dados preliminares e não auditados.
Uma versão anterior desta ação foi rejeitada pelo tribunal em março. A decisão atual do tribunal é final, e os acionistas não poderão entrar com uma nova ação judicial sobre esta acusação.
A Intel está atualmente lutando para competir com outros fabricantes de chips, como Nvidia, Advanced Micro Devices, Samsung Electronics e TSMC. A empresa teve um prejuízo de US$ 18,8 bilhões em 2024, seu primeiro prejuízo anual desde 1986.
