Esta semana, o chefe da bolsa de criptografia Binance, Changpeng Zhao, se declarou culpado de violar as leis antilavagem de dinheiro dos EUA e deixou seu cargo, e a plataforma foi multada em US$ 4,3 bilhões. Richard Teng foi nomeado o novo CEO da Binance, e ele terá que trabalhar muito para abrir uma nova página na história da maior bolsa de criptomoedas.

Fonte da imagem: binance.com

Teng terá que trabalhar sob condições de rigoroso monitoramento financeiro por parte das autoridades americanas, processos judiciais com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), e também a ameaça de perder sua posição dominante no setor de criptomoedas, escreve a Reuters, citando as opiniões de analistas, investidores e ex-funcionários de órgãos reguladores. Antes de ingressar na Binance, o próprio Teng era funcionário de autoridades financeiras e vê sua missão em sua nova posição como garantir aos clientes que seus fundos estão seguros e que a plataforma possui recursos significativos. Para isso, ele terá que transformar a cultura interna da empresa, que foi construída de acordo com a visão de Zhao, e isso não será fácil, pois após a saída do antigo CEO, mais de US$ 1 bilhão foram retirados da Binance em 24 horas, o que é um sinal desfavorável.

Pelos termos do acordo com as autoridades norte-americanas, Zhao não pode mais participar da gestão da Binance, mas continua sendo o principal acionista da empresa; e uma das posições de liderança permanece com Yi He, cofundadora da plataforma e mãe dos filhos de Zhao. Esperava-se desde o início que Ten, que ingressou na empresa há dois anos, fosse capaz de garantir o cumprimento das regulamentações financeiras: a Binance crescia extremamente rápido e, nesse ambiente, não possuía mecanismos para adequar suas atividades aos requisitos legais. Por causa das quais a empresa tomou decisões erradas, o representante da exchange de criptomoedas, Simon Matthews, formulou o problema.

Nos próximos cinco anos, a Binance estará sujeita ao monitoramento da Agência de Execução de Crimes Financeiros dos EUA (FinCEN), que terá acesso aos livros, registros e sistemas da empresa e “monitorará as ações corretivas”. Esta é uma medida sem precedentes mesmo para empresas financeiras líderes com vasta experiência em lidar com autoridades reguladoras. Os investidores, no entanto, estão confiantes de que a Binance será capaz de cobrir os custos de conformidade e das multas impostas pelas autoridades dos EUA.

A plataforma também tem sérias divergências com a SEC: a agência entrou com uma ação judicial contra ela, acusando a administração da exchange de criptomoedas de inflar artificialmente os volumes de negociação e abusar dos fundos dos clientes. As autoridades francesas estão a investigar por suspeita de branqueamento de capitais agravado. Outrora a figura dominante indiscutível no mercado de criptomoedas, a Binance também está enfrentando problemas na frente de negócios: em janeiro, ela controlava 55% da negociação à vista de criptomoedas e 62% da negociação de derivativos e, no final de outubro, esses números haviam caído para 32% e 50%, respectivamente.

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