A popularidade dos sistemas operativos da família Windows tornou-os num instrumento activo da política global: os países que querem separar-se da infra-estrutura de informação promovida pelos EUA tentam primeiro livrar-se das plataformas de software da Microsoft. A empresa observa que não recebe mais do que 1,5% da sua receita total da China, mas considera necessário manter o mercado deste país.
De acordo com o South China Morning Post, o presidente da Microsoft, Brad Smith (foto acima), explicou na semana passada, durante um discurso no Congresso dos EUA, que é importante que a corporação permaneça na China para proteger as informações e os segredos comerciais das empresas americanas que fazer negócios lá. Além disso, acrescentou, é sempre importante para a Microsoft entender o que “está acontecendo no resto do mundo”.
Ao mesmo tempo, o quadro de engenheiros locais da Microsoft na China foi reduzido, portanto não há necessidade de falar sobre o desenvolvimento ativo dos negócios locais desta corporação. Os legisladores americanos estabeleceram como objectivo garantir que as actividades da Microsoft na China não prejudicam os interesses de segurança nacional dos EUA. Smith teve de declarar que as palavras que lhe foram atribuídas pelas autoridades chinesas sobre “a vontade da Microsoft de participar ativamente na transformação digital da economia chinesa” não lhe pertenciam na verdade. Como explicou o presidente da corporação, ele quis dizer que algumas áreas das atividades da Microsoft na China são importantes e aceitáveis para a corporação, mas a formulação acima não lhe pertencia.
Desde maio, foi oferecido aos funcionários chineses da Microsoft um programa de realocação, que pode envolver de 700 a 800 especialistas que concordem em se mudar para trabalhar nos Estados Unidos, Austrália ou Irlanda. Em Espanha, a Microsoft vai construir novos centros de dados no valor de 7,2 mil milhões de dólares, enfatizando assim a sua lealdade ao desenvolvimento empresarial no Ocidente.