Nos últimos anos, temos ouvido falar com mais frequência sobre a introdução de regras mais rigorosas relativamente à interação dos negócios internacionais com as autoridades chinesas, mas uma publicação recente nas páginas do recurso South China Morning Post destaca-se desta tendência. Como parte de uma nova iniciativa, o governo chinês quer afrouxar os controles sobre a transferência transfronteiriça de informações sobre os cidadãos do país.

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Estamos a falar, em primeiro lugar, de dados pessoais que podem ser necessários para efetuar pagamentos, compras transfronteiriças ou preencher online vários tipos de documentos. Há um ano, os reguladores chineses reforçaram o controlo nesta área, deixando na legislação actual uma definição bastante vaga de “informação importante”, cuja circulação devia ser monitorizada pelos próprios operadores que trabalham com esses dados.

Atualmente está em discussão uma nova versão das regras, que deve terminar em 15 de outubro. As alterações na legislação permitirão que as empresas estrangeiras se libertem do controlo excessivo das autoridades chinesas quando transferem dados pessoais de cidadãos chineses para fora do país. Fazer compras, reservar passagens, contratar seguros e transferir fundos para o exterior se tornará mais fácil para os cidadãos chineses na hora de interagir com empresas estrangeiras. Também poderão processar os currículos dos candidatos chineses quando procuram trabalho sem dificuldades adicionais. As informações sobre o estado de saúde dos cidadãos chineses também poderão ser transferidas para fora do país sem procedimentos de controlo adicionais.

Em geral, a censura adoptada no ano passado não sujeitará à censura informações que contenham dados pessoais se se referirem a menos de 10.000 cidadãos chineses por ano. Os operadores de dados estão isentos de examinar os dados transferidos pelos reguladores chineses e de notificá-los sobre tais transações. A notificação é fornecida apenas para a transferência de informações relativas a até 1 milhão de pessoas por ano, mas a verificação desses dados não é necessária. Finalmente, apenas quando se processam dados pessoais de mais de 1 milhão de pessoas por ano é que se mantém a exigência de exame e controlo por parte dos reguladores chineses.

Requisitos semelhantes serão aplicados em toda a China, mas as autoridades municipais das zonas especiais de comércio livre terão o direito de introduzir flexibilizações adicionais nesta área. Os participantes económicos nestas zonas terão ainda maiores oportunidades de exportar dados pessoais de cidadãos chineses sem notificar os reguladores. É geralmente aceite que tais flexibilizações deverão ajudar a relançar a economia da China, atraindo empresas estrangeiras que foram dissuadidas pela regulamentação excessiva no domínio do trabalho com dados pessoais.

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