Durante muito tempo, as lentes foram bastante grossas e pesadas, o que limitou a sua utilização em diversas áreas, por exemplo, na astronomia ou na área dos dispositivos de iluminação de grande porte. A vida ficou mais fácil com a invenção da lente Fresnel com design escalonado. Hoje, cientistas de Stanford e da Universidade de Amsterdã levaram a ideia das lentes escalonadas ao extremo – eles criaram uma lente com apenas três átomos de espessura que poderia ter muitos usos.
Tal como as lentes Fresnel clássicas, o desenvolvimento dos cientistas é uma combinação de várias estruturas concêntricas. Na verdade, este é um revestimento de dissulfeto de tungstênio (WS2), com 0,6 nm de espessura. O recorde anterior foi estabelecido em 2016, quando cientistas apresentaram uma lente com espessura de 6,3 nm.
No seu trabalho, publicado na revista Nano Letters, os investigadores mostraram como a lente foca a luz vermelha. A distância focal é de 1 mm da lente. Os círculos de dissulfeto de tungstênio absorvem comprimentos de onda vermelhos e depois os emitem para um ponto focal. A rigor, a luz é emitida por quasipartículas de vida curta, excitons, que emitem à medida que decaem. Todos os outros comprimentos de onda passam através do material da lente quase completamente livremente. Tal seletividade, acreditam os cientistas, pode ser útil em óculos de realidade aumentada. Tudo ficará claramente visível através deles, mas parte da luz pode ser focada e transportar informações adicionais.
Os cientistas continuarão a trabalhar em novas lentes, pretendendo estudar a criação de revestimentos complexos ativados por cargas elétricas.