Em uma das edições de maio da revista Science, cientistas da Universidade Fudan, em Xangai, relataram um avanço no tratamento da cegueira congênita. Os estudos foram conduzidos em animais – camundongos e primatas (mas não em humanos). Uma implantação bastante simples de um nanofio de telúrio na retina do olho permitiu que os animais reagissem à luz e distinguissem objetos. Além disso, os camundongos conseguiram enxergar luz infravermelha – uma capacidade ausente na natureza.
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Cientistas chineses trabalham há muito tempo com um objetivo nobre: restaurar a visão de pessoas cegas. Novas tecnologias estão aproximando esse momento. É possível que o telúrio, um metal raro extraído principalmente como subproduto do refino de cobre, desempenhe um papel fundamental nisso. O telúrio é usado há muito tempo em tecnologias fotovoltaicas e termoelétricas – ele é capaz de converter fótons do espectro visível e infravermelho em corrente elétrica. Ele funciona aproximadamente da mesma maneira na retina: elétrons arrancados do telúrio pelos fótons excitam terminações nervosas, o que estimula a transmissão de um sinal para o centro visual do cérebro.
Os cientistas criaram o nanofio de telúrio por deposição química. Seu diâmetro era de cerca de 150 nm. No processo, uma rede de nanofios foi cultivada e implantada no globo ocular de camundongos e macacos. A rede não causou rejeição biológica. Na fase inicial dos experimentos, o implante demonstrou a restauração do reflexo pupilar (reação à luz) e a capacidade de transmitir sinais ao cérebro.
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Experimentos subsequentes mostraram que camundongos cegos com um implante aprenderam não apenas a responder à estimulação luminosa, mas também a distinguir objetos individuais. O mais surpreendente foi que os animais conseguiram enxergar na faixa do infravermelho próximo. Se essa visão algum dia estará disponível aos humanos é uma questão em aberto. No entanto, as agências militares e de inteligência certamente estarão interessadas nessa direção. E mesmo que essas tecnologias não ultrapassem os limites dos laboratórios, o simples fato de haver esperança de restaurar a visão de milhões de pessoas em todo o mundo já justifica todo o esforço.