No verão, um rover com um helicóptero-drone foi enviado a Marte, mas parece que foi necessário enviar uma sonda de perfuração e um submarino. A sonda européia orbitando Marte coletou dados a partir dos quais pode ser entendido que sob a capa de gelo no pólo sul de Marte existem vários lagos subterrâneos com água líquida. E para a vida que conhecemos, a água é a base primária.
Dados anteriores sobre lagos subglaciais no pólo sul de Marte
A sonda Mars Express alcançou o Planeta Vermelho há 17 anos. A sonda Beagle 2 caiu, mas a sonda orbital continuou a estudar o planeta usando o radar Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionosphere Sounding (MARSIS). O dispositivo permite que você escaneie a superfície de Marte com um sinal de pulso de alta frequência e, ao analisar os reflexos do sinal de camadas superficiais com densidades diferentes, permite que você aprenda algo sobre a estrutura do planeta vizinho.
Varreduras anteriores da capa de gelo do pólo sul de Marte já sugeriram a possível existência de vazios cheios de água sob o gelo. Mas então não havia dados suficientes para tirar conclusões de longo alcance. Para a nova análise, os resultados da varredura de gelo foram coletados após 134 passagens da sonda (a primeira análise contou com dados de 29 passagens). E a imagem surge de tal forma que sob o gelo realmente existe um lago central com uma área de cerca de 600 km2 e três lagos menores próximos.
Deve-se entender que não é um fato que ali haja água. O radar mostrou uma anormalidade na reflexão do sinal, que os cientistas interpretaram como a presença de água. Mas isso ainda não foi provado. Talvez a missão chinesa “Tianwen-1”, que foi a Marte uma semana antes da americana, ajude nisso. Mas mesmo que a água líquida seja realmente confirmada sob o gelo do pólo sul de Marte, permanecerá um mistério como ela se formou lá em temperaturas abaixo da superfície de cerca de -70 ° C.
É sugerido que, em um dos períodos favoráveis, várias dezenas de milhares de anos atrás, a inclinação da órbita de Marte poderia levar ao derretimento da calota de gelo, e os sais que entraram na água como resultado do resfriamento subsequente impediram o líquido de congelar novamente. Mas se os sais ajudaram nisso, então qual é a sua concentração, e como isso poderia afetar a vida de prováveis organismos vivos marcianos? Mesmo uma resposta dá origem a milhares de perguntas. É assim que vivemos. Mas interessante!