Surpreendentemente, um buraco negro de massa estelar invulgarmente grande estava escondido relativamente perto da Terra. A descoberta foi feita com base em dados do satélite astrométrico europeu Gaia. Um buraco negro com massa de 33 massas solares foi descoberto em um sistema binário junto com uma estrela gigante. É o maior objeto deste tipo descoberto na Via Láctea e é o segundo buraco negro mais próximo da Terra na nossa galáxia.
Representação artística do sistema Gaia BH3. Fonte da imagem: ESA
Anteriormente no catálogo de Gaia, a atenção dos astrônomos foi atraída pela estrela gigante Gaia DR3 4318465066420528000 (Gaia BH3). A estrela está localizada a 2.000 anos-luz do sistema solar, na constelação de Aquila. A observação da estrela usando o espectrógrafo UVES echelle no telescópio terrestre VLT do Observatório do Sul da Europa no Chile mostrou que a estrela tem um parceiro invisível, cujos parâmetros se revelaram bastante incomuns, o que levou à conclusão de que é um buraco negro com massa estelar recorde.
Os cálculos mostram que a estrela e o buraco negro completam uma órbita a cada 11,6 anos. A análise espectral mostrou que a estrela é pobre em metais e, portanto, o buraco negro também se formou a partir de uma estrela gigante com baixa metalicidade. Esta é a primeira descoberta desse tipo. São as estrelas com baixa metalicidade que são potencialmente capazes de formar buracos negros de massa recorde após a sua morte, uma vez que não “desperdiçam” matéria tão ativamente durante as suas vidas como estrelas com alto teor de metal.
Antes da descoberta de um buraco negro no sistema Gaia BH3, o buraco negro mais massivo de massa estelar era considerado o objeto Cygnus X-1 com massa de 21 solares a uma distância de cerca de 7.000 mil anos-luz de nós. O buraco negro de massa solar mais próximo de nós está localizado a 1.500 anos-luz de distância – o buraco negro de 10 massas solares Gaia BH1. Também foi encontrado outro buraco negro de massa semelhante – Gaia BH2, que está localizado a 3.800 anos-luz do Sistema Solar. A nova descoberta eclipsa as descobertas anteriores e a torna extremamente interessante.