Uma equipe internacional de pesquisadores comprovou a existência de um supercondutor natural não convencional. Até agora, tais supercondutores foram sintetizados em laboratório, mas este está disponível em condições naturais na Terra, o que o torna promissor para alcançar uma supercondutividade economicamente viável em muitos setores da vida, da indústria e da economia.
A descoberta foi feita após uma série de testes laboratoriais em um mineral como a miassita (Rh17S15). É um composto de rubídio e enxofre. Combina refratariedade e volatilidade e, como se viu, quando resfriado a temperaturas ultrabaixas, também fornece supercondutividade, quando nada interfere no movimento dos elétrons (pares de Cooper) através do material.
Os cientistas têm de abordar a supercondutividade virtualmente ao acaso, por isso a descoberta deste efeito num material bem conhecido também foi, de certa forma, um golpe de sorte. Mais precisamente, o fenômeno da supercondutividade no miassite era conhecido anteriormente, mas também se revelou um supercondutor não convencional.
Supercondutores não convencionais incluem materiais que exibem supercondutividade fora da teoria tradicional de Bardeen-Cooper-Schrieffer. Essa classe de materiais dá esperança de identificar materiais com supercondutividade em alta temperatura, e a distribuição da miassita na natureza o torna verdadeiramente único, o que pode tornar seu uso economicamente lucrativo – basta minerá-lo e utilizá-lo.
«Intuitivamente, você pensa que isso é algo criado intencionalmente durante uma pesquisa direcionada e que não pode existir na natureza”, explicou o físico Ruslan Prozorov, da Universidade Estadual de Iowa, sobre a essência da descoberta. “Mas acontece que isso é verdade.”
Os cientistas comprovaram as propriedades não convencionais do miassita testando-o em condições de laboratório com testes especiais, desde a avaliação da penetração de campos magnéticos fracos no material até a criação controlada de defeitos que geralmente criam centros de supercondutividade. Curiosamente, o miassite foi estudado para uso em computadores quânticos, mas também se revelou interessante para estudar a supercondutividade.
«Desvendar os mecanismos subjacentes à supercondutividade não convencional é a chave para aplicações economicamente viáveis de supercondutores”, acrescentou o cientista.
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