Cientistas chineses desenvolveram um novo método de armazenamento de dados em DNA que poderá revolucionar este campo restrito. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pequim e de três outras instituições publicou um artigo usando a metilação do DNA para mutar seletivamente “epi-bits” em fitas de DNA pré-existentes. Isso acelera significativamente o processo de registro de dados, mas ainda é cedo para colocar a tecnologia em prática.
O registro de informações no DNA permite atingir uma densidade de dados incrivelmente alta – até 215 PB por 1 grama, mas os processos de escrita e leitura ainda são muito caros e muito lentos. Tradicionalmente, colocar dados no ADN significa criar sequências a partir do zero, mas os cientistas chineses propõem escrever informações em cadeias já existentes, o que, em teoria, poupará tempo e dinheiro.
O método epi-bit é baseado em um processo natural chamado metilação do DNA, que imita a evolução que as cadeias de DNA sofrem ao longo da vida. Os cientistas criaram 700 “tipos móveis” de DNA a partir de ácidos nucléicos. Este método pode ser implementado manualmente ou automaticamente: nos testes, os pesquisadores primeiro imprimiram e depois recuperaram imagens de 18.833 bits e 252.504 bits (31,5 kB) automaticamente a uma taxa de 350 bits por reação.
O registro e o armazenamento usam um sistema de código de barras para ajudar a marcar onde estão os dados, para que possam ser recuperados com um nível especificado de velocidade e precisão. Escrever manualmente informações no DNA é um processo relativamente simples, mesmo para não especialistas: 60 voluntários sem experiência em biolaboratório codificaram manualmente 5.000 bits de dados de texto usando o serviço de armazenamento de dados iDNAdrive.
O método proposto por cientistas chineses para armazenar dados em DNA aproveita os pontos fortes desta tecnologia – alta densidade e estabilidade – e acrescenta-lhes programabilidade e escalabilidade. Mas é muito cedo para colocar isso em prática: atualmente as informações são gravadas a uma velocidade de cerca de 40 bits/s – cerca de 30 milhões de vezes mais lenta do que em um disco rígido tradicional. Mas o custo acabou sendo cerca de dez vezes menor do que criar uma sequência do zero – tudo o que você precisa fazer é comprar caneta e tinta. Os preços no mercado ainda são altíssimos – a startup francesa Biomemory cobra 1000 euros por escrever 1 KB num cartão de memória com ADN.