Recentemente, a sonda Juno da NASA fez uma aproximação recorde a Io, um satélite de Júpiter e o corpo celeste com maior atividade vulcânica do Sistema Solar. A sonda voou a uma distância de apenas 1.500 km do satélite, ou dez vezes mais perto do que antes. Durante a aproximação, Juno tirou muitas fotos com suas três câmeras de bordo e mostrou o mundo de Io como nunca vimos antes.

Um fragmento da superfície de Io durante um sobrevôo da sonda Juno em 30 de dezembro de 2024 (clique para ampliar). Fonte da imagem: NASA

Ao contrário das outras luas de Júpiter, Io é um mundo rochoso e seco. As outras luas do gigante gasoso estão cobertas por mantos de gelo e parecem esconder camadas de água abaixo delas. Não há nada parecido em Io, exceto centenas de vulcões ativos. A sua proximidade com Júpiter provoca perturbações gravitacionais na crosta de Io e aquece-a. Astrónomos e cientistas planetários estão interessados ​​em estudar este mundo alienígena, único na sua combinação de factores raros.

Imagens tiradas durante um sobrevôo por Io em 30 de dezembro foram publicadas pela NASA no fim de semana. Hoje estas são algumas das visões mais claras deste mundo “infernal”. Os novos dados ajudarão os cientistas planetários a determinar com que frequência estes vulcões entram em erupção e como esta atividade se relaciona com a magnetosfera de Júpiter.

Até agora, Juno observou Io principalmente de longe, já que a sonda fez 56 sobrevoos por Júpiter, estudando o gigante gasoso com muito mais detalhe do que nunca. Desde a sua chegada ao sistema gigante gasoso em julho de 2016, Juno aproximou-se de Io a uma distância de vários milhares de quilómetros (o último sobrevoo foi de 11 mil quilómetros). A sonda fará outro sobrevoo próximo de Io em 3 de fevereiro de 2024, o que permitirá aos cientistas comparar as mudanças na superfície da lua durante um curto período de tempo.

Trabalhando no sistema de Júpiter, a sonda foi exposta à forte radiação proveniente do planeta. Isso não poderia deixar de afetar o funcionamento dos equipamentos e das câmeras de bordo. Recentemente, o efeito cumulativo desta influência nociva começou a aparecer. A faixa dinâmica da sensibilidade da câmera diminuiu e há mais interferência. Os engenheiros estão tentando resolver os problemas, mas há um limite para tudo.

Sem esperar que o equipamento se desgaste completamente, a sonda será destruída ao cair em Júpiter em setembro de 2025. Ninguém ousará lançar Juno em um dos satélites de Júpiter. A sonda poderia potencialmente abrigar vida microbiana da Terra. Não seria sensato infectar um mundo alienígena com ele, embora a probabilidade de isso acontecer seja próxima de zero. A sonda foi planejada para ser destruída em 2018, mas acabou sendo muito tenaz e, como vemos, ainda traz aos cientistas muitas informações novas.

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