A escassez global de memória e o aumento dos custos já estão impactando diversos setores da indústria eletrônica, e isso é apenas o começo — a situação deve piorar no próximo ano. O mercado de smartphones será significativamente afetado: analistas preveem aumentos recordes nos preços dos aparelhos e, consequentemente, a primeira queda nas vendas desde o início da pandemia.

A IDC prevê uma queda de 0,9% nas vendas globais de smartphones em 2026, em comparação com a previsão anterior de crescimento de 1,5%. Além disso, devido ao aumento dos custos dos chips de memória de acesso aleatório (DRAM) e memória flash (NAND), o preço médio de um smartphone deve subir dos atuais US$ 440 para US$ 511 no primeiro trimestre do próximo ano.

A Counterpoint Research fez uma previsão semelhante anteriormente, prevendo um aumento de 20% a 25% nos custos de produção de smartphones devido ao aumento dos preços de componentes essenciais. Isso, em última análise, aumentará o preço médio de um smartphone em aproximadamente US$ 70, com muitos modelos apresentando aumentos ainda maiores. A IDC também alertou que os aumentos de preços “afetarão desproporcionalmente os dispositivos Android de baixo e médio custo”, que são mais sensíveis aos preços dos componentes. Como resultado, o mercado se voltará para produtos premium.

Os fabricantes concordam com os analistas. A Xiaomi alertou que “aumentos significativos nos preços de varejo” de dispositivos móveis são esperados para o próximo ano. E a Realme incentivou as pessoas a comprarem novos smartphones agora, já que 2026 marcará “aumentos de preços sem precedentes em toda a indústria”.

Os preços dos módulos de RAM LPDDR5X de 12 GB usados ​​em smartphones mais que dobraram, passando de US$ 33 no início de 2025 para mais de US$ 70 atualmente. Além disso, espera-se que, no segundo ano, o preço aumente ainda mais.Prevê-se que os preços da memória RAM aumentem mais 50% até o final do segundo trimestre de 2026.

A consequente escassez levou a uma situação peculiar dentro da Samsung, onde a divisão de chips se recusou a assinar um contrato de fornecimento de DRAM de longo prazo com a divisão de dispositivos móveis. Isso teria permitido à divisão de smartphones obter memória aos preços atuais, que ficariam abaixo dos preços de mercado no próximo ano, após o aumento de preços. Como resultado, isso pode atrasar o lançamento dos smartphones Galaxy S26, o carro-chefe da empresa.

A crise no mercado de memória se deve à priorização, por parte dos fabricantes de chips, da produção de memória para infraestrutura de IA em detrimento de componentes padrão usados ​​em dispositivos de consumo. Isso inevitavelmente impactará não apenas os smartphones, mas também os preços de módulos de memória, placas gráficas, laptops, computadores e muitos outros dispositivos eletrônicos.

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